Como se ainda fosse miúda...
Como se ainda fosse miúda,
E te esperasse impaciente atrás do pavilhão,
Pela hora da saída que nunca chega,
Inquietando impiedosamente o meu coração.
Espero-te, conformada, diariamente,
Com uma tola esperança de criança,
Que um dia me olhes de forma diferente,
E dês ao meu coração uma nova esperança!
E quando me sorris o mundo para,
Contigo nem dou pelo tempo passar...
E quando me provocas o meu coração dispara...
As tuas ausências fazem-se notar!
Como se ainda fosse miúda,
Falo-te com ansiedade descontrolada no peito
E com voz trémula que sempre denuncia,
A minha total falta de jeito!
Como se ainda fosse miúda,
Olho-te envergonhada, de soslaio, esperando
Que os nossos olhares se encontrem.
Meu sentimento confirmando!
Mas nem assim te mostras incomodado,
Entendes os sinais mas nem isso te faz afastar,
Sabes o que sinto e nem assim,
Ignoras e continuas a fazer-me corar!
Imatura, nervosa, atrapalhada,
Diminuo, até, de tamanho a teu lado,
Como se ainda fosse miúda,
Perco até o meu semblante delicado!
Mas já não sou uma miúda,
E teu coração não pertence ao meu,
Resta-me fantasiar com a utopia.
Não és quem a vida me prometeu!