Diário de Bordo de Londres #Dia 3 - parte 1
O terceiro dia amanheceu cedo (não me julguem, 'tá?), e às 10h estávamos a desembarcar na estação ferroviária de London Brigde. Que dia lindo e quente! À saída dos torniquetes, verifiquei que os nossos Oyters (os bilhetes de transporte em modo pay-as-you-go) não tinham os mesmos valores, apesar de termos carregado exactamente com o mesmo valor. Fomos ter com umas meninas no balcão de informação da estação que nos aconselharam a procurar alguém do apoio no metro. Assim fomos. Encontramos um funcionário que prontamente nos ajudou, com uma simpatia que... confesso, nunca senti em Londres. Notava-se claramente estar habituado a lidar com turistas e até um certo gosto pela profissão. Prontamente assentiu a ver os nossos bilhetes, e com um sorriso de orelha a orelha explicou-nos o que tinha acontecido - um dos bilhetes numa das saída não verificou validação e o valor máximo por dia tinha sido cobrado - e sem que fosse necessário pedir, devolveu o total do valor dessa viagem - e não apenas a diferença. Fiquei maravilhada!
Oysters resolvidos... Next Stop: Highgate Cemitery!
Londres finalmente começou-nos a parecer a cidade que conhecíamos, era efectivamente, e sem sombra de dúvidas dia de semana, ainda que fosse uma espécie de silly tuesday onde as estações do metro, em vez dos simples e habituais avisos de chegada do metro, continha alguém a contar anedotas e piadas sobre tudo - isto pelos altifalantes da estação. Toda a gente se ria, as pessoas que chegavam com phones nos ouvidos, rapidamente apercebendo-se da situação retiravam os phones e as viagens tornaram-se numa autêntica festa.
(Estação de metro de Camden Town)
Como os pontos que decidimos ir este ano distavam muito entre si, pela primeira vez fizemos do metro de Londres o nosso transporte de eleição, em detrimento do autocarro, que era o transporte mais habitual. Confesso que este metro é para mim bastante claustrofóbico e por isso sempre o evitei, mas que é bastante funcional, lá isso é.
Deixei em casa a folha com os meus apontamentos das estações mais próximas dos locais a visitar, e então para irmos para o cemitério saímos na estação errada - mas também só descobrimos na volta - e saímos na estação com o mesmo nome, quando deveríamos de ter saído, na estação de Archway. Assim, saímos em Highgate e para não variar muito: Andamos... Andamos... Andamos... Andamos... perdemo-nos e trinta minutos depois, voltamos ao ponto de partida, e voltamos a Andar... até que quase uma hora depois, encontramos o fantástico Highgate Cemitery!
Um cemitério, Mula? E não tinhas nada mais interessante para ver?
Um cemitério sim... E pagante, que paguei 4£ por pessoa para entrar. Mas... Não é um cemitério qualquer.
O cemitério de Highgate também chamado de Cemitério de St. James (uma vez que St. James é o santo protector deste cemitério), foi edificado pelo Bispo de Londres em 1839, quatro dias antes do 20º aniversário da Rainha Vitória. Como verão, predomina o estilo gótico das sepulturas, e todo o cemitério possui uma grande variedade de arvores, arbustos e flores. Ah! E também tem esquilos, mas nada sociáveis.
Este cemitério encontra-se dividido em dois: zona Este e zona Oeste, sendo divididos pela Swain's Lane, existindo preços distintos para a visita. A parte oeste do cemitério, é a parte mais antiga e só se efectua com visitas guiadas, pela módica quantia de 12£ por pessoa, no entanto tem a parte mais bonita - parece-me. Pesquisem por Egyptian Avenue, ou Circle of Lebanon, ou Terrace Catacombs ou ainda por Mausoleum of Julius Beer e vão perceber porque digo isto! As fotografias são simplesmente divinais! No entanto, e também foi uma das partes que me levou a recear visitar, há relatos de que essa parte do cemitério encontra-se assombrada, e que várias pessoas se sentem mal a passar determinadas partes do cemitério, e outras histórias loucas como a do Vampiro de Highgate nos anos 70 que inspirou o filme Drácula 2 - O Último Santuário. A verdade é que sou um pouco cobardolas, e há coisas que prefiro, sinceramente, não saber. Riam-se vá lá... riam-se!
Bem, fomos então apenas visitar a parte este do cemitério, com uma mistura de campas modernas e vitorianas, onde contém campas de famosos como Karl Marx - que curiosamente está enterrado com a mulher, com a filha mais nova, com o neto e com... a amante, Helena Demuth -, Malcolm McLaren - grande empresário da banda dos Sex Pistols -, David Thornton - pianista inglês -, Jeremy Beadle - apresentador e produtor de televisão inglês - e Alan Sillitoe - escritor inglês, autor de A solidão do corredor de longa distância.
Como vêem as campas são belíssimas e originais, para além de que o cemitério é praticamente uma floresta.
Ao longo do cemitério encontram-se dispostos vários bancos, mas confesso que inicialmente não nos atrevemos a sentar... É que cada banco representa um memorial a uma determinada pessoa, com direito a placa de nascimento e morte... Digamos que é um bocado mórbido! Lá encontramos um banco banal apenas com uma inscrição, para descansarmos um pouco.
Depois deste cenário que mais parece retirado de um filme, regressamos à cidade, e fizemos um almoço rápido no Kings of Falafel em Covent Garden e já que era o rei do falafel, aproveitamos para provar este salgadinho típico do Médio Oriente. Confesso: não gostei, achei o bolinho demasiado seco, mas acredito que com um bocado de maionese corressem melhor garganta abaixo.
Acabamos de almoçar e... fomos direitinhos para o London Transport Museum em Covent Garden. Mas isso... Isso agora dá outro episódio! Amanhã há mais... Espero que tenham gostado!
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Perdeste os outros capítulos desta fantástica jornada? Vai aqui, que ainda vais a tempo:
#Dia 1 em Londres | #Dia 2 em Londres - Parte 1 | #Dia 2 em Londres - parte 2