Diz-me como tratas os outros, dir-te-ei quem és!
Quando não trago almoço vou almoçar a uma cantina próxima. Tanto quanto me apercebo, são dois patrões - um homem e uma mulher que ainda não percebi se são um casal ou não -, mais as respetivas funcionárias todas elas muito simpáticas e solícitas. A verdade é que são todas elas uma grande animação e isso cativa a malta a lá regressar.
Ontem chego para almoçar, estão as funcionárias e a patroa a almoçar numa mesa e está o patrão atrás do balcão. O patrão recolhe o meu pedido - uma sopa e uma salada - recebe, vira costas e vai fazer coisas que eu não percebi o quê - pareceu-me arrumar o que já estava arrumado...
Eis que ele não me serve, e o meu tempo continua a contar.
De repente vira-se para uma funcionária e diz:
Patrão: Vão demorar muito? A menina está à espera!
Funcionária: Não sei se já reparou mas estamos na nossa hora de almoço.
A patroa levanta-se prontamente, serve-me a sopa de imediato e dá-me a salada. Pelos vistos o senhor deve ter muito medo de sujar as mãos, ou quiçá de virar a tigela! Só para que não hajam dúvidas: A sopa já está feita e está numa sopeira, não era preciso descascar batatas nem cebolas e a salada é só pegar em três ingredientes e duas bases - ou seja, 5 ingredientes no total! - e enfiar sem ordem nem precisão para uma taça, sem grande método ou ciência!
Eu fico meia aparvalhada sempre que assisto a estas situações. De pessoas que se acham superiores a outros só porque acham que podem - naquele caso não podem, porque todo e qualquer funcionário tem direito ao seu descanso! - e porque acham que por pagarem lhes dá o direito de poderem exigir mais do que a lei, quando a lei já não exige pouco.
Eu não conheço o homem de lado algum - só de o ver por lá - mas esta atitude diz muito sobre si!