Está uma pessoa na sua pausa...
Não abordo figuras públicas na rua, quando com elas me cruzo, pela mesma razão pela qual não abordo malta fardada sem que estejam a trabalhar. As pessoas têm direito à sua vida, ao seu descanso, à sua privacidade.
Estava no feriado a trabalhar, quando vou lá fora, na minha pausa, apanhar um pouco de ar. Eis que mal abro a porta, uma cabeça espreita do lado de fora e vem de imediato ter comigo perguntar-me se trabalhava ali. Pois que sim, tive de responder. Ainda sem saber se acendia ou não o cigarro, se ia para onde ia ou se me quedava ali mesmo, o senhor começa a apresentar a sua reclamação.
Venho cá fora para descansar, para relaxar, não para ouvir mais reclamações.
Com o cérebro a trabalhar a mil, interrompi-o. Informei-o que naquele preciso momento não estava ao serviço e informei-o do número para onde poderia ligar e apresentar a reclamação. Até podia ser eu a tratar assim que regressasse ao meu posto. Mas ali naquele momento não. Não era a hora e eu merecia descanso.
Está uma pessoa na sua pausa... não é para continuar a trabalhar! Era o que mais me faltava.