Feitos à medida dos outros
A publicação anterior fez-me lembrar como é importante para os outros sermos melhores que eles - ou talvez não, mas agem como se fosse. E então, é importante, e tendo em conta o post anterior, tirarmos cursos com saída - algo entre as engenharias e as medicinas -, vestir-mo-nos de uma forma adequada, não demasiado formal nem demasiado irreverente. Devemos alimentar-nos bem, mas sem sermos demasiado redutores ou radicalistas. Em suma: Devemos desejar alcançar a perfeição, ou caso contrário seremos alvo de diversas críticas e/ou reparos - como muitas pessoas preferem chamar.
Quem nunca ouviu "estás mais gorda", "come que estás muito magra", "vais-te deitar tão tarde? Olha que amanha cedo trabalhas". A verdade é que os outros não olham para nós como um ser separado e individualizado do outro. É como se os outros engordassem por nós engordarmos - e só assim faz sentido preocuparem-se tanto -, ou ficarem com imenso sono por nós, nos deitarmos tarde - uma vez mais, só assim me faz sentido. And so on... And so on...
No olhar dos outros, devemos encontrar um emprego importante, de preferência com alguma visibilidade e status. Nada de fazer o que se gosta realmente, porque isso seria uma brincadeira qualquer e não teria lógica pagarem-nos para fazermos algo que nos dá prazer... Afinal, sempre que quisermos ter prazer temos de pagar, não é verdade? Nem sempre, ok, mas quase sempre.
Adoras viajar? Paga viagens, hotéis, restaurantes, ... Gostas de fotografar? Compra uma boa máquina, estoura o teu ordenado em boas objetivas e filtros, ... Gostas de ver animais? Paga para fazer safaris, ou então, algo mais em conta, como ir a um zoo. És fã de tecnologia? Compra bons equipamentos, que ao fim de 2 meses são ultrapassados, obrigando-te a fazer novos investimentos (se é que se pode chamar de investimento).
Eu louvo aqueles que fazem o que amam e que são pagos por isso. Eu amaria poder comer coisas boas, deliciosas, sem ter que pagar um "tusto" e poder ser paga para isso (aka júris de programas de culinária, e afins).
Mas normalmente não é isto que acontece. Normalmente acordas todos os dias de manhã (e odeias), vais para um trabalho que nada diz sobre ti e que odeias, passas lá 8/9 horas a conviver com pessoas que não te valorizam e depois, cansado, sem paciência, vais para casa, ter com a tua família, já com a energia molestada, discutes com quem realmente gostas e vais dormir, para amanhã começar um novo dia. Como não fazes o que gostas, não gostas de trabalhar...
"-O quê? Não gostas de trabalhar? Pois claro, és uma malandra, uma preguiçosa, que só queres estar no bem bom!"
Ora vejamos...
Bem Bom...
Alguém conhece um "Bem Bom", bem mau? Como não haveríamos de gostar de estar no "bem bom"? Internem a pessoa que não gostar... Porque é o suposto. E atenção que este bem bom, não tem de ser deitado no sofá em frente à TV. Este bem bom, pode ser, estar numa esplanada, estar numa discoteca, estar com os amigos, ou simplesmente comer um gelado ou um rissol. Cada um que defina o seu "bem bom", para que a expressão possa fazer sentido.
Eu digo em alto e em bom som: Eu não gosto de trabalhar e adoro estar no bem bom. Isso não faz de mim malandra, preguiçosa (por acaso até sou...) e/ou "parasita". Faço o que não gosto, apenas porque tenho contas para pagar e não ter outras fontes de rendimento, porque caso contrário iria fazer muita comichão a muita gente....
Deixo-vos com os Deolinda - Mal por Mal!
See you*