Livro: O Filho de Thor de Juliet Marillier
Emprestaram-me O Filho de Thor e finalmente terminei de ler, este, que foi o primeiro livro que li de Juliet Marillier. Confesso que as minhas expectativas estavam bem lá no fundo: Primeiro porque não é, de todo, o meu estilo literário. Não sou fã de livros - nem de cinema - sobre guerreiros, sobre conquistas, sobre povos e afins. No entanto a pedido de uma colega, li este livro. E não é que fiquei surpreendida? Agradavelmente surpreendida?
O Filho de Thor conta a história de dois amigos de infância, Somerled e Eyvind, que fizeram um juramento de sangue que os vai unir para o resto da vida. No entanto estes dois amigos são muito diferentes: Somerled é inteligente, um jogador nato, frio, cruel e uma pessoa que não mede as consequências dos seus atos para alcançar os seus fins. Já Eyvind é um bom rapaz, sonhador, que tem como objetivo de vida ser um pele-de-lobo - um guerreiro - e seguir o chamamento de Thor - o Deus dos guerreiros. Somerled tem apenas um sonho, um objetivo, ser Rei. E a forma como vai prosseguir esse sonho é a verdadeira história deste livro e é o que colocará à prova a grande amizade e irmandade que une Somerled e Eyvind, porque após viajarem para as Ilhas Brilhantes, Eyvind vai perceber finalmente quem é Somerled e tudo o que acredita será posto em causa.
Ao contrário do que eu achava, este não é apenas um livro sobre guerreiros, sobre tribos e rituais. É um livro carregado de intrigas, de mistérios e segredos. É um livro que fala sobre as promessas acima de tudo, que fala sobre lealdade, sobre o que é certo ou errado, e acima de tudo que fala sobre amor. Tem claro - partes que eu dispensava - rituais mágicos, coisas impossíveis, muita fantasia, mas consegui ultrapassar estas questões devido à forma intrigante como é escrito.
Gostei de Juliet Marillier, ela sabe realmente cativar o leitor, no entanto, considero que esticou - pelo menos neste caso - demasiado o livro. As descrições são demasiado longas - vocês sabem que eu não sou fã de grandes descrições -, os pormenores são excessivos e a história é demasiado esticada no tempo, o que fez com que por vezes me sentisse um pouco aborrecida, porque há alturas de impasse que parece que lemos, lemos, lemos e a história não avança, e isso confesso, enervou-me um pouco. Mas a história é realmente fantástica, enternecedora, e que por vezes nos revolta. E eu gosto de livros que me abalem os sentimentos.
É realmente um bom livro. No final, na nota histórica da autora, percebemos que apesar de toda a magia, de toda a fantasia, a mesma se inspirou em factos reais, em ilhas reais em povos reais, ainda que depois lhe tenha dado a moldura que achou melhor. Ainda não decidi se irei ler a sequela - Máscara de Raposa - uma vez que a história não tem nada que ver com a inicial, mas a seu tempo decidirei.
Quem já leu O Filho de Thor?