Lua-de-mel - Dia 2 - Milão
Chegar a Milão, confesso, foi um pouco traumático. Foi a primeira vez que chegamos a uma cidade desconhecida de noite - normalmente chegamos de manhã/início da tarde para percebermos o ambiente e compreender o funcionamento da cidade - e demos de caras com uma estação lindíssima, mas também muito mal frequentada. Centenas de pessoas de diferentes culturas a dormir em frente à estação, aliás, dormir acho que não é o termo correcto, talvez seja mais correcto dizer mesmo habitar, porque em volta da estação existiam cadeiras, roupa estendida... Todo um estandarte montado. A avenida que dava para o nosso hotel - como chegamos de noite optamos por ficar num hotel no centro da cidade - com imensos sem-abrigo a dormir escondidos nas arcadas dos prédios. Começamos a ficar com uma ideia um pouco errada de Milão, confesso.
No dia seguinte, rapidamente percebemos que as restantes ruas da cidade pareciam bastante mais seguras do que aquelas junto à estação e andamos à vontade sem qualquer receio.
Milão é simplesmente... Lindo! Do Mercado de Duomo à Catedral, dos transportes à comida, tudo é perfeito em Milão. Imagino-me a viver ali e custou-me muito abandonar a cidade.
(Estação Central de Milão)
Deslocarmo-nos em Milão é muito simples, compra-se um bilhete válido por 24h que custa 4,5€ e andamos à vontade de eléctrico, de metro e de autocarro. A rede de transportes - pelo menos no centro - é muito boa e muito frequente.
Não se pode dizer que os Italianos de Milão sejam simpáticos... Porque não são, para além de que praticamente não falam inglês, e quando percebem inglês respondem sempre em italiano e isso confesso, irritou-me bastante. Partilham com os genebrinos a falta de bom senso no trânsito, ainda que não buzinem, passam constantemente sinais vermelhos, ficam a estorvar não raras vezes na linha do eléctrico e agem com uma estranha naturalidade aquando das infrações. Tal como acontece por cá, as ruas estão cheias de muros com graffitis o que dá um aspecto wild à cidade.
(o nosso meio de transporte favorito)
No centro de Milão estivemos apenas um dia, sorte que a cidade é pequena e vimos quase tudo, mas espero voltar em breve - combinamos regressar daqui a um ano, para comemorar - porque existem muitas mais ruas por explorar, muito mais para ver, com calma.
(Catedral de Milão)
A Catedral de Milão, conhecida também por Duomo di Milano situa-se na praça central de Milão, na Piazza del Duomo. De estilo gótico, possui 157m de comprimento e 109m de largura. Iniciada a construção em 1386 é até aos dias de hoje um dos monumentos mais emblemáticos de Milão.
Ficar no centro da cidade a dormir foi uma óptima opção, porque poupamos nas viagens e pudemos ver Milão à noite sem nos preocuparmos com os transportes. E se Milão é belo durante o dia, é ainda mais belo quando o sol se põe e as luzes iluminam a fantástica arquitectura dos edifícios. Acho que as imagens falam por si.
(Foto esquerda - A Catedral ; Foto superior direita - Piazza del Duomo ; Foto inferior direita - Galeria Vittorio Emanuele II)
Ainda na Piazza del Duomo existe a Galeria Vittorio Emanuele II do arquitecto Giuseppe Mengoni, inaugurada em 1877, sendo considerada uma das galerias comerciais mais antigas do mundo e um dos mais imponentes que alguma vez tive oportunidade de visitar. Actualmente é uma galeria comercial de luxo, com grandes nomes como Louis Vuitton, Prada, Versace e por daí em diante. Os restaurantes são igualmente luxuosos e inacessíveis a pessoas como nós.
(Galeria Vittorio Emanuele II)
Não tive oportunidade de ver o teatro Scala por dentro, sei que é possível visitar as salas sem assistir a um espectáculo, mas como tivemos tão pouco tempo na cidade optamos por não entrar em nada para vermos o máximo que podíamos. Férias de pobre é mesmo assim, vê-se tudo por fora.
(Teatro Scala)
Algo que achei impressionante em Milão foi o edifício vencedor do International Highrise Award, em 2014, o Bosco Verticale, situado perto da estação ferroviária de Porta Garibaldi. Composto por duas torres, uma de 80 e outra de 112 metros, este jardim vertical é um condomínio residencial composto por cerca de 900 árvores, 5000 arbustos e 11000 plantas mais pequenas. Este é um projeto inovador e autosustentável uma vez que existe uma central computadorizada que se encarrega da rega de todo o jardim, pelo que não existe qualquer encargo ou preocupação por parte dos moradores.
(Bosco Verticale)
Comer em Milão... Como vos dizer... Ora bem... É tudo delicioso, ou não tivesse eu uma costela italiana vinda sei lá de onde. Sou fã de pastas e pizzas e por isso qualquer coisa que pedisse - mesmo quando desconhecia o que estava a pedir - gostava e estava sempre tudo bom.
Quanto aos preços... Não é das cidades mais baratas para comer e dormir, mas tendo em conta Genebra, também não é das mais caras. Comemos sempre por uma média de 15€ por pessoa e dormimos por 75€ a noite - não esquecendo que dormimos mesmo no centro da cidade. A cerveja lá é relativamente cara, as cervejas de 40 cl custavam entre os 4 e os 5€, e os refrigerantes cerca de 3€ - na restauração, que nos supermercados os preços são muito semelhantes aos nossos. Os preços dos gelados italianos são bastante acessíveis e não achei os preços muito diferentes aos nossos, tendo em conta que são artesanais - 3€ um cone com duas bolas - e garanto-vos, eu que sou altamente apaixonada por gelados, nunca comi gelados tão bons na minha vida, só de me lembrar até me babo!
(O nosso primeiro delicioso almoço. Fiquei fã daquela espécie de pão que é pizza, mas que não é pizza, é pão.)
(Outros deliciosos petiscos. Antes que perguntem, aquela coisa esquisita em cima do lado direito é gnocchi com queijo... muuuito queijo!)
Relativamente às ruas da moda... Dei uma espreitadela mas como vi preços assustadores - vi uma pequena cadeira Dolce&Gabana de plástico por 1500€ - assustei-me e pirei-me tão rápido quanto consegui, mas digo-vos... As montras são incríveis e as mais originais que alguma vez vi.
Espero que tenham ficado com vontade de ir a Milão! Mais logo, temos o terceiro e último dia da verdadeira lua-de-mel, que foi em Milão mas fora do centro. Fomos para Lago Di Como e adianto-vos já que é o verdadeiro paraíso!