Málaga #1
...essas férias que já parecem que foram há uma eternidade
Ora bem, onde é que nós íamos?
(Ignorando o facto de se terem passado entretanto 10 dias...)
Ah sim, Málaga!
Fui de férias para Málaga. E porquê Málaga? Basicamente porque recebi uma mensagem a dizer que "era giro fazer-mos o Caminito do Rey" e eu sem ter visto muito bem o que era o Caminito do Rey, disse como é meu costume: "Bora!" Depois, claramente, chorei no colo da mãe, no colo das amigas, fiz o testamento e entreguei as palavras-passes das minhas redes sociais a alguém de confiança porque comecei a acreditar que poderia não sair viva desta viagem - o que de certa forma, metaforicamente escrevendo, até não é mentira nenhuma, que eu morri várias vezes ao analisar a qualidade de pessoas que vivam naquela terra, if you know what i mean! - é que para quem não sabe, eu sofro de vertigens e então tenho de vos confessar que o Caminito do Rey foi uma das maiores loucuras que eu já cometi.
A verdade é que Málaga nunca tinha despertado muito a minha curiosidade e talvez por ir com tão baixas expectativas me tenha apaixonado tanto pela terra, como pelas pessoas, como pela comida, por tudo, ainda por cima depois das última férias em que quase quinei... Estava mesmo a precisar de umas férias assim!
Deixem-me dizer-vos que me apaixonei logo no avião, ainda no Porto, já que partilhei o meu lugar com um moço muito jeitoso simpático que trocou de lugar comigo para eu ir à janela, já que íamos só os dois. Afinal ainda se fazem cavalheiros nesta terra à beira mar plantada. Ainda estive para lhe pedir a mãozinha na descolagem, mas ele pareceu estar a sofrer mais do que eu e também não quis abusar da sorte já que teríamos de estar ali lado a lado durante pelo menos uma hora.
Dia 1
A viagem foi bastante rápida e assim que chegamos fomos a pé para o apartamento que alugamos. Biquínis na mala, almoçamos junto ao mar e zarpamos para a praia.
No porto de Málaga, que é uma espécie de galeria comercial ao ar livre, conhecida por Muelle Uno, existem várias opções para almoçar, jantar, lanchar, ou apenas beber uns cocktalis ao por-do-sol, e foi então aqui a nossa primeira refeição:
Muelle Uno
O Muelle Uno tem várias opções de restaurantes, desde fast food a healty food a regular food - tinha que ser tudo em food... - passando por lojas de roupa, perfumarias, gelatarias, tem de tudo um pouco, é um lugar muito agradável para passar uma tarde, quem prefira, a ir dar umas braçadas ao mar.
Escolhemos um restaurante com um menu completo de turista a preço aceitável: O Gorki. Entradas - um conjunto de tapas variadas e salada de folhas com queijo chévre, banana e tomate seco envolta em molho balsâmico - prato principal - uns canelonis de espinafres e ricota - e para finalizar o belo do petit gateau. Deixem-me só acrescentar que adorei a cerveja malagueña.
Refeição no Gorki
Refeição concluída... Energia refeita... Praia!
Bem vindos à la Malagueta!
A vossa Mula toda animada na Malagueta
Claro que uma praia com este nome teria de ter muito picante... E tinha... Ó se tinha! Água quente, areia ainda mais quente - queimei-me tanto nos pés... - vistas de arrepiar - em sentido lato e figurado - e foi incrível fazer praia em Outubro. Deu para repor muito do bronze que já se tinha apagado de Setembro.
Voltava para ali já hoje!
Dizia a meteorologia que as temperaturas rondavam os 25ºC mas a verdade é que a sensação térmica era muito diferente, e houveram alturas em que não se aguentava estar espalmada na toalha ao sol, tal que era o calor. Nunca saímos da praia muito cedo... Nunca apanhamos vento, ou chuva, ou frio,... Tudo fantástico... Tirando a areia negra que me estragou um biquini.
Depois da praia a rotina normal em período de férias: Banho, e ir para a cidade jantar. Ficamos sempre pelo centro histórico à noite, mas isso serão outros carnavais que já vos mostrarei tudo.
Despeço-me apenas com o jantar do primeiro dia para vos aguçar o apetite para logo:
Restaurante Pepa y Pepe - camarões grelhados com um molhinho que não sei de que era, mas era bom, cebola frita, batatas bravas e uma bela carne cujo animal me escapou mas que era muito boa e tenra (vitela provavelmente).
Se há coisa que me atrai na cultura espanhola é a forma como eles encaram as refeições: um momento de lazer e de partilha e por isso foi sempre possível degustar mais porque as refeições eram para duas pessoas e não apenas para mim. Infelizmente quando se faz esta tentativa em Portugal somos encarados pelos empregados como pobres, aqui a partilha é normal e encorajada. Por isso cada refeição foi um deleite de vários sabores e texturas!
E pronto não vos maço mais por hoje.
Próximo capítulo falar-vos-ei do Caminito do Rey!
Fiquem desse lado!