Não podemos mudar a nossa essência
Há coisas mais fortes que nós.
Não é porque estamos num ambiente seguro, confortável, protegido, de brincadeira, que deixamos de ser nós. E não podemos simplesmente ignorar o que nós somos. Somos o que somos.
Esta semana tive uma formação no trabalho, uma formação que implicou muitas - demasiadas - simulações. E o que são simulações? Basicamente num pequeno grupo de colegas, fizemos de operadores e de clientes, simulando situações extremas, que podem ocorrer no dia-a-dia para ver como reagimos. O objetivo era tirarem-nos na nossa zona de conforto. E conseguiram... Ó se conseguiram!
É incrível como eu consigo perder a calma com um colega a simular ser um cliente, num ambiente de brincadeira, como com um cliente real. É incrível como mesmo sabendo que ali estou bem, estou segura, consigo ficar irritada e desconfortável como se fosse uma situação real.
Sei que é uma brincadeira? Sei! Sei que poderia fazer tudo diferente e tentar explorar um outro lado de mim? Se calhar até sim... Mas... Não há outro lado de mim. Eu sou eu, independentemente de ser real, ilusório ou apenas uma brincadeira. Não me enervem, ponto.
E é isto... Fui "acusada" de ser demasiado racional, demasiado objetiva, demasiado focada e não conseguir descentralizar-me quando estou a trabalhar, que deveria de ser mais permissiva com os meus clientes e deixá-los falar mais sem que isso me incomode. Mas incomoda... O que fazer quando a isso?
É o que há... E eu até tenho um lado emocional... Juro-vos que tenho. Mas lamento, não é enquanto trabalho.