O dia em que o meu Hachi me trouxe um presente
Ou um gift, mas achei que já estaria a esticar a corda
Fui jantar e não cheguei a casa muito cedo. Quando cheguei, e ainda por cima pela hora, estranhei o meu cão não vir logo ter comigo. Chamei-o e ele estava tão concentrado que me ignorou descaradamente. Aproximo-me, e ele estava entre o carro da mãe e o muro da casa, muito concentrado a olhar para o chão. Estava de noite, a imagem não era muito clara, mas aproximo-me com a lanterna do telemóvel e percebo que era um rato! UM RATO! UM RATO ENORME!
Como não iria conseguir ir àquele lado do carro porque estava demasiado próximo do muro e eu não passava, tentei chamar o Hachi, para o prender lá em cima para, primeiro, ele não comer o bicho - eu sei lá, ele é capaz de coisas incríveis - e segundo para de manhã ser procedida à respetiva remoção do cadáver do meu pátio, que só de pensar me revolta as tripas.
Chamei... Chamei... Chamei... E nada do Hachi, lá andava ele de volta do bicho e eis que vem a correr na minha direção com aquela coisa morta na boca e cauda ao penduro!
Assim que percebeu o meu ar de pânico, mudou de direção e foi para o jardim enterrar o dito. E foi assim que à meia noite, do dia 17 de Agosto de 2022, eu andei no jardim com a mãe, de lanterna em punho e sachola no pulso - a mãe, que eu tinha uma dualidade de sentimentos entre encontrar o bicho e não o encontrar - no jardim, à procura do cadáver. E não é que o meu cão conseguiu alisar tão bem a terra que não tinha aspeto de buraco acabado de fazer - e de tapar - que demorou até encontrarmos o bicho?! Por momentos comecei a pensar que ele não o tinha enterrado, mas o focinho dele carregado de terra, claramente denunciou-o.