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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Porque uma insónia nunca vem só

Hoje tive uma insónia daquelas horríveis, que há muito não tinha. Deitei-me eram 3 da manhã, mais coisa menos coisa, que isto de ficar a anhar não cansa, e só adormeci já o Mulo se tinha levantado e ido trabalhar. Passei a noite às voltas, joguei Cut the Rope - muito agradecida Vih por este vício... -  levantei-me umas quatro ou cinco vezes para ir à casa de banho. Entretanto comecei a achar que era fome e às 5 da manhã estava a comer queijo Limiano e voltei para a cama na esperança de despejar o meu cérebro das preocupações.  Nada. Joguei mais algumas partidas, agendei um ou outro post. Dei mais umas quantas voltas na cama e nada. Respondi a alguns e-mails que tinha pendentes, joguei mais um bocado, visualizei mentalmente tudo o que tinha para fazer hoje, coloquei alguns alarmes no telemóvel para não me esquecer. Dei mais umas voltas na cama, tentei tirar tudo o que tinha na cabeça para descansar e nada. Dei umas voltas ao facebook, ao instagram, e só não fui para a sala ver TV porque estava muito quente e o quarto é bastante mais fresco. 

 

Eram sete da manhã lembrei-me de um coisa bonita que vos quero contar - que já comecei a escrever. Dei mais umas voltas, e senti a desligar-me por volta das 10h. Ainda dei pelo Mulo sair de casa - por volta das 10h30 -, e depois não me lembro de mais nada.

 

Finalmente o silêncio... A paz que eu tanto desejava esta noite. Apaguei!

 

E eis que... tocam à campainha. Ignorei o primeiro toque, ignorei o segundo toque e ao mesmo tempo do segundo toque o meu telemóvel sinaliza um e-mail. Lembro-me de pensar: Estou a sonhar... isto é só um sonho, nunca um e-mail iria cair ao mesmo tempo que alguém iria tocar à porta, até porque nunca te tocam à porta... Vá... Não percas o embalo, está quase, só mais um pouco e... novamente o som da campainha, olho para o relógio: 11h35. Não me lembrava de ter de receber nada que não me coubesse na caixa do correio, mas depois lembrei-me que o livro - do Livro Secreto - estava para chegar e poderia não caber na caixa do correio. Levanto-me a correr, meia atarantada e confirmo, era o senhor dos CTT. Aliás, senhor não. Era um moço e até bem giro e jeitoso, e como é que eu o recebo? Meia cega, descalça, de robe e com o cabelo mais despenteado do que após uma aula de Zumba. Abro a porta a medo, espreito para revelar o mínimo de mim. O moço olhou para mim, sorriu com um certo ar de gozo, e disse todo sorrisos: "Tem aqui esta encomenda para si!" Não me lembro de ter agradecido, se calhar até agradeci mas não me lembro. Devo ter passado por mulher das cavernas. Fechei imediatamente a porta e tentei voltar a dormir. 

 

Tentar voltar a dormir depois de uma grande insónia é como tentar beber água de uma garrafa vazia. É praticamente impossível, a oportunidade perdida, oportunidade perdida para sempre. E assim cá estou eu, cheia de dores na moleirinha porque não devo ter dormido uma hora, só espero que hoje à noite não se repita porque amanhã é dia de trabalho.

 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.