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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Rubrica Semanal - Paradise City dos Guns n' Roses

Paradise City.jpg

 

Esta semana, decidi analisar um clássico. Assim, a terceira semana da Rubrica Semanal fica marcada pela análise de Paradise City dos Guns n' Roses, de quem sou fã há vários anos.

 

Paradise City - Guns n' Roses

 

 

 

Como muitos saberão, os Guns n' Roses escreveram variadas músicas de crítica social e esta é uma delas. Escrita em finais dos anos 80, Paradise City é a primeira música  escrita por todos os membros da banda e fala de uma sociedade nada paradisíaca, que se assemelha a viver numa selva, onde a pobreza, a violência e a corrupção estão em alta.

Take me down to the paradise city/ Where the grass is green and the girls are pretty / Oh, won't you please take me home / Take me down to the paradise city/ Where the grass is green and the girls are pretty / Take Oh, won't you please take me home

A música inicia-se com um pedido de ajuda. A banda encontra-se num local que odeia e pede para voltar para o paraíso da sua casa, onde existem espaços verdejantes e raparigas bonitas. São estes versos que repetem ao longo da música, na esperança de se concretizar este desejo. Seguidamente a banda descreve o local onde se encontra e os motivos de não gostarem do mesmo.

Just an urchin livin' under the street / hard case that's tough to beat / I'm your charity case / so buy me somethin' to eat / I'll pay you at another time / Take it to the end of the line

Ragz to richez or / so they say / ya gotta-keep pushin' for the fortune and fame / It's all a gamble / when it's just a game / ya treat / it like a capital crime / Everybody's doing their time

Como descrição desta cidade malfadada, os GN'R indicam que existe imensa pobreza, pessoas que pedem nas ruas para comer e que são acusadas de não se esforçarem para terem uma vida melhor. Os mesmos indicam que estas acusações, originam o aumento do crime, pois todos ambicionam fazer riqueza, tratando o mundo e a sociedade como um jogo, onde aguardam pela sua vez para ganhar.

Strapped in the chair of the city's gas chamber / Why I'm here I can't quite remember / The surgeon general says it's hazardous to breathe / I'd have another cigarette but I can't see / Tell me who you're gonna believe

Esta cidade é descrita como sendo bastante poluída. Assumindo esta poluição como uma metáfora com diferentes significados, concluo que esta poluição não é referente apenas à poluição atmosférica, mas também à própria corrupção, que oculta informações e impede os sujeitos de verem essa cidade como ela realmente é, e assim as pessoas seguem a sua vida sem saberem verdadeiramente o que acontece, sem saberem em quem verdadeiramente acreditar.

Captain America's been torn apart / Now he's a court jester with a broken heart / He said- turn me around and take me back to the start / I must be losin' my mind- "Are you blind? " / I've seen it all a million times

Corroborando a questão da corrupção, os GN'R, referem que o próprio Capitão América - que deveria ser sinónimo de patriotismo e segurança - foi derrotado e que agora já não vale nada e que por muito que ele quisesse recomeçar, já não seria possível, porque não é possível esquecer todo o mal que passou e recomeçar simplesmente.

 

Terminam a música como começam, a pedir para regressar a casa, porque essa casa é mais pura, é mais verdadeira e esta onde se encontram está podre.

 

Como poderemos concluir, apesar desta música ter sido escrita no anos 80, conta com um poema muito actual e que poderia descrever perfeitamente a sociedade portuguesa. Em Portugal, aumentam os números de crimes violentos, os números de pobreza. Felizmente cada vez mais os casos de corrupção vão sendo descobertos, mas continuamos a viver num país de faz de conta, onde por mais que digam que irão fazer diferente, nós também já não acreditamos. Apenas não existe nenhum paraíso, nenhum local seguro, para onde possamos ir, com rapazes giros e espaços verdejantes.

 

See You*

 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.