Sobre a rotina dos dias
(Em novo confinamento)
Imagem retirada daqui
Desde que fiquei desempregada que me tenho mantido ocupada, comecei a correr - amanhã falar-vos-ei sobre isso -, tenho treinado em casa, tenho visto séries várias, tenho mantido a casa limpa e arrumada e os passeios do cão em dia. Tenho tentado manter a cabeça ocupada. Quando está sol, passo os meus dias lá fora para me aquecer - os dias frios deixam-me sem vontade de fazer nada - porque não há tonelada de lenha que se aguente, se a acender sempre que tiver frio.
Não tenho tido vontade de estar ao computador, por isso tenho estado novamente ausente. Sinto que tenho tanto para escrever... Tenho tido algumas ideias mas a vontade de ligar o computador e deixar os dedos fluírem não tem surgido. Deixo-me ir. Sempre que a vontade surge, cá estou. Como hoje. Mas não deixa de ser curioso. Sabem aquilo que dizem de: Quanto menos se faz menos se quer fazer? Eu que sempre passei a minha vida ao computador, mesmo nos meus tempos livres passava-os ao computador. Agora que não utilizo o computador no dia-a-dia, passo semanas sem o ligar. Pensei que, se fosse algo que me faltasse, que me iria causar algum constrangimento, mas pelos vistos não. Julguei-o indispensável mas pelos vistos não. Claro que é útil, e há coisas que apesar de poder fazer através do telemóvel que não dispenso fazer no computador, mas ainda assim a minha relação com este bicho está muito diferente.
Aproveito para vos dizer que vi duas minisséries incríveis: Unorthodox - sobre o papel da mulher na cultura ortodoxa e sobre a superação de uma dessas mulheres que recusa e deixa para trás a sua cultura - e A desordem que deixas - sobre a vida e a morte, sobre uma mulher que tenta descobrir o motivo da morte de outra quando ela própria é também colocada em risco. A primeira com apenas 4 episódios e a segunda com 8. Gostei muito, recomendo. São as duas diferentes, mas com capacidade de nos prender ao ecrã.
Antes de se instalar o novo confinamento dividia-me entre a minha casa e a casa do moço. Durante a semana com a mãe, a organizar a casa, a ver séries e a comer chocolates no sofá. Ao fim-de-semana com o moço, onde corríamos de manhã e preguiçávamos no sofá durante a tarde a ver séries e documentários. Agora, estou novamente confinada às minhas quatros paredes, uma vez mais longe de tantas pessoas que amo e que me fazem falta. Tenho tentado não pensar muito nisso. Mas não é por isso que me custa menos. Custa sempre.
Não sei quando a rotina será diferente, tento não desesperar com isso. Um dia de cada vez não é verdade? Para já é isto, amanhã logo se vê.