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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Sobre o karma

É inegável que ele existe... Mesmo que o neguemos.

 

Como já perceberam eu e o moço terminamos.

 

2 anos, 2 meses e 13 dias. 

 

2 anos, 2 meses e 13 dias deitados ao lixo. Pensei que finalmente tinha encontrado o meu companheiro para a vida. Ainda não. Perdi tempo? Não digo que perdi porque vivemos momentos fantásticos que me fizeram perceber o que quero de uma relação, mas a verdade é que também vivemos momentos muito maus, mesmo muito maus que também me fizeram ver o que NÃO quero de uma relação. Muitos deles por minha própria culpa - sim, polícias da ortografia, eu sei que estou a usar um pleonasmo! - e uma vez mais o karma não perdoou.

 

O primeiro ano, que deveria de ser o melhor, não foi bom. Tenho noção de que foi demasiado precipitado e que eu não estava preparada para ter uma relação. Gostava dele, mas não tanto quanto ele gostava de mim e os meus traumas, os meus demónios não me deixaram ser plena, não me deixaram entregar, e quem tanto anda de pé atrás acaba a tropeçar. Tropecei e caí. Terminei tudo em Fevereiro de 2020 quando ele queria ir viver comigo. Sim, eu fui essa cabra. Entretanto com uma pandemia a correr lá fora, isolada do mundo, de tudo e de todos entrei obrigatoriamente em introspeção, coisa que deveria de ter feito voluntariamente a seguir ao divórcio mas que acabei por fugir. Enfiar a cabeça na areia nunca é solução, mas foi a solução que na altura me pareceu mais confortável e conveniente. Fui camuflando a dor e as mazelas com um novo amor e acabei por arrastar o moço para as minhas merdas e a verdade é que quando assim é, tem tudo para correr mal. Correu bastante mal. Acabei por magoar quem mais gostava e quem tanto me poderia - e queria - fazer feliz. Da meditação forçada pelo covid, acabei a perceber - tarde... - o que queria realmente para a minha vida e que gostava mais do moço do que realmente achava. Corri atrás. Em Junho de 2020 voltamos a namorar, mas nada mais foi igual.

 

Ele que me dava a lua se eu pedisse, não dava nem um carinho inesperado. Compreendi. Aceitei. Rezei para que se voltasse a entregar, para que voltasse a ser o moço que eu conhecia e pelo qual me tinha apaixonado. Os meses foram passando, e se houve alturas em que achei que as coisas estavam a melhorar, a verdade é que noutras, tinha clara noção de que estavam a piorar para um caminho sem volta. Terminamos e recomeçamos vezes sem conta, mas em Junho deste ano tornou-se definitivo.

 

Se uma parte de mim estava sempre à espera - em agonia - que esse dia chegasse, uma outra parte de mim foi apanhada totalmente desprevenida. Queria tanto que desse certo, sentia-me a correr contra o relógio, mas pelos vistos há um ano atrás já tinha sido tarde demais, e o relógio já estava avariado há muito tempo... Eu é que me recusava a achar que não.

 

Desencontramo-nos. Acabei por engolir a dor que lhe causei e mais alguma que fomos acrescentando. O karma, ai o karma... Deveria de ter sido mais compreensivo o karma...

 

E é assim a vida...

 

O que tem de ser... é. O que não tem de ser, não é. 

 

Pelos vistos não tinha de ser...

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.