A Mula convida gentes doidas e sem qualquer juízo para vos contar histórias igualmente doidas e sem juízo, mas a Mula também gosta de contar histórias, e há tanto tempo que a Mula não contava histórias que hoje, olhem, hoje decidiu contar-vos uma, sobre o grande flagelo que é um funcionário público da segurança social tentar mudar o sistema. Está visto que não vai correr bem!
Estão preparados?
A Música é dos Deolinda, e chama-se Há-de Passar.
Hoje conto-vos a história da Josefina, funcionária da Segurança Social há mais de 30 anos, que farta da opinião que têm a cerca dela - não dela pessoalmente, que a ela quase ninguém a conhece, mas o que ela representa - tenta ir contra o sistema lento, burocrático e até apático com que lida diariamente, só que os obstáculos são demasiados.
Tenho vontade de seguir uma outra via
Mas eu desisto
Tenho vontade de mudar a minha vida
Mas não arrisco
Josefina tem muitas vontades como podemos ver, mas são imensos os obstáculos que se colocam à sua frente que a impedem de tomar uma atitude radical. Ora é a senhora que vai lá com os 7 filhos pequenos ranhosos e mal-cheirosos, para passar à frente de toda a gente na lei das prioridades e a berraria que isso origina junto dos demais. Ora é o senhor que a insulta porque perdeu o direito ao RSI, por ter recusado apoiar os idosos no centro de dia da freguesia. Ora é todo um historial de gentes que não merecem, que faz com que a Josefina acabe por desistir de se insurgir contra o sistema, porque realmente ela vê muitas alminhas que abusam do sistema mesmo quando ele já é benevolente para alguns, e imagina que tentar ser diferente só poderá originar mais problemas.
Só que manter-se neste emprego, realmente causa-lhe alguns problemas de consciência, essencialmente quando precisa de cortar na reforma do pobre idoso, que já mal tem dinheiro para a medicação para a reumática... Custa-lhe tanto que até já pensou em mudar de vida, mas com aquela idade já não arranjaria emprego noutro lugar. Que empresa privada daria emprego a um funcionário público, com a fama que estes têm no mercado de trabalho? Não, a Josefina não arrisca.
E deixo-me andar, e deixo-me andar
Aqui bem sentada
Braços cruzados, perna trançada
E deixo-me estar, que essa vontade
Um dia há-de passar
E assim Josefina desiste de tentar ser diferente e acaba por fazer o mesmo que os seus colegas: demonstra-se preguiçosa quando é preciso ir pedir uma segunda opinião à chefe, preferindo dizer "não dá"; "não é possível", "tem de tirar a senha D para isso", e afins. Lá no departamento, desde que a Josefina para lá foi trabalhar tinha regras simples e sabia-as bem: fazer o mínimo possível, ser o mais mal disposta possível, para evitar que as pessoas ganhem algum tipo de carinho para com aquele departamento, dissuadindo as pessoas de irem àquele serviço. No fundo, é para evitar que as pessoas estejam lá sempre enfiadas, para que seja o verdadeiro martírio ir para a segurança social e com isso irem o mínimo de vezes possível. Faz sentido? Pois, realmente após conhecer a história da Josefina, fez-me todo o sentido!
Tenho vontade de dizer aquilo que penso
Mas tenho medo
Tenho vontade de exigir o que eu mereço
Mas nem me atrevo
Mas a Josefina vive assim com estes demónios internos, entre o que gostaria de ser e de fazer na sua função e o que consegue na realidade fazer.
É que uma vez a Josefina foi muito simpática com um casal que vivia num barracão ali no bico de Cabelo, que teve que ser desmantelado por causa agora daquilo ser considerado reserva natural, e por causa disso o casal ter ido vier para as ruas, e foi um bico d'obra! Durante UMA SEMANA as colegas recusaram a sentar-se com ela às refeições, diziam "onde é que já se viu, agora sermos sorrisos para com as pessoas que cá vêm!" e realmente a Josefina tem medo de fazer diferente, porque aquelas colegas vão continuar a ser as suas colegas até à idade da reforma e já se sabe, é preciso manter o bom ambiente de trabalho, por isso ela tem medo.
Isso coloca-a numa posição muito complicada, porque quando as pessoas vão lá à secretária dela insultá-la e dizer-lhe que não é prestável, e que é preguiçosa e incompetente, ela sente vontade de exigir o respeito que merece e dizer às pessoas que só é assim porque a obrigam, e que se for diferente não tem companhia ao almoço para discutir as novelas que vê à noite às escondidas do marido. Só que sabe perfeitamente que se contasse isso às pessoas que as pessoas iam tentar fazer alguma coisa por ela, e provavelmente iriam levá-la ao Goucha e à Cristina para contar o que vive nos calabouços do Estado, e nem se atreve, que aí então, seria o fim do mundo, e agora com os cortes da função pública, as coisas ficariam pretas para aqueles lados.
E deixo-me andar, e deixo-me andar
Aqui bem sentada
Braços cruzados, perna trançada
E deixo-me estar, que esta vontade
Um dia há-de passar
Há-de passar,
Aqui bem sentada
Braços cruzados, perna trançada
E deixo-me estar que esta vontade
Um dia há-de passar
E acaba por seguir os restantes carneirinhos e ser igual a todos, contribuindo, qual efeito bola de neve, ainda mais para a má fama que tanto é característica dos funcionários públicos e que ela tanto odeia. E continua a indeferir pedidos que tinham tudo para serem diferidos. E continua a mandar as pessoas tirarem outras senhas que podiam muito bem serem tratados por ela, porque a pausa para o cafézinho chegou, e afins... Ela tenta lutar contra o sistema, mas não consegue, no fundo toda esta luta se passa na sua cabeça mas não passa para o plano real.
Tenho vontade que me levem mais a sério,
Mas não consigo
Tenho vontade de berrar o impropério
Mas só me sai isto
E novamente, acha que não faz bem ser assim, e acha que a sua opinião tem imenso valor e que por isso deveria de ser levada mais a serio, mas por todas as razões já anunciadas nem se atreve a tentar, e fica inclusive com vontade de dizer palavrões, só que a senhora Josefina nasceu ali para os lados da Foz do Douro e ensinaram-lhe que menina de bem não diz impropérios e como tal, resta-lhe continuar a fazer o seu trabalho como sempre fez.
E deixo-me andar, e deixo-me andar
Aqui bem sentada
Braços cruzados, perna trançada
E deixo-me estar que essa vontade
Um dia-há de passar, há de passar
Aqui bem sentada
Braços cruzados, perna trançada
E deixe-me estar que essa vontade
Um dia há de passar, há de passar
Há-de passar, há-de passar, há-de passar...
E lá continua a recusar-se a tirar fotocópias aos idosos que lá vão requerer aumentos na reforma, obrigando-os a descer com os andarilhos as 50 escadas do edifício, já que o elevador ficou de ser arranjado há mais de um mês mas sem sucesso. Até que um dia...
Há-de passar e esta vontade agora já passou
Acorda deste pesadelo e descobre que tudo não passou de um sonho e que nunca desejou ser diferente porque não daria para ser de outra maneira. Que alívio, Josefina! Pensa. Que triste seria viver assim! Esboça um sorriso calça os seus mocassins de pele de há 10 anos, e lá vai para mais um dia de trabalho para causar cabelos brancos a quem a ela recorrem a pedir ajuda!
Os funcionários públicos que me leem que me perdoem, mas... alguém tinha de contar a história da Josefina a ver se alguém decide contar a história de forma diferente. Mudar a visão que as pessoas têm dos funcionários públicos depende de todos vós! Mas pelos vistos não depende da Josefina...
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.
Não podia deixar a dESarrumada de fora desta rubrica, simplesmente não podia. Se é verdade e loucura que eu quero nesta rubrica, se é o desmistificar das histórias que aparentemente se escondem atrás das músicas, então a dESarrumada tinha que aqui contar a sua, que neste caso não é sua, mas da Beyoncé e do seu Jay Z, que como verão andam apenas a atirar areia para os olhos dos seus ouvintes! A Beyoncé e o Jay Z são no fundo uns taradões sexuais que embrulhados em acordes giros passam para fora e para as suas seguidores estórias de depravação e horror! Fiquem e leiam. Pura verdade. Pura verdade.
A Mula foi uma fofa e decidiu dar-me a árdua tarefa de me concentrar uns 30 minutos - admito que foram mais, mas who cares? - A Mula merece! É caso para dizer… para a Mula não vai nada, nada, nada??? Tudo!!!
Antes de mais começo por dizer que a Beyoncé está de parabéns porque está grávida de gémeos, mas menos de parabéns porque tirou uma fotografia pirosa para o anunciar e tem sido vista em eventos importantes a envergar trapos hó-ró-ró-sos! Mas tirando isto tudo aquilo deve estar de vento em popa com o Jay Z e já vão perceber porquê.
Vou então dedicar-me a contar-vos a verdadeira história da música da Beyoncé I can see your halo, ou como eu prefiro chamar-lhe: Consigo ver-te o falo!
Remember those walls I built?
Well, baby they're tumbling down
And they didn't even put up a fight
They didn't even make a sound
Aqui a Beyoncé começa por dizer ao seu querido Jay Z que os senhores ilegais que chamaram para construir as paredes lá de casa não valem um tostão furado quanto mais uma sandes de torresmos. Não é de admirar, visto que as paredes caíram de mansinho e ela conseguiu ver o quarto do Jay Z para lá do quarto dela. Sim, sim, todos sabem que eles só estão juntos para inglês ver em eventos importantes e que só se juntam de vez em quando para fazer bebés com beiços grandes.
Mas porque será que ela começa a música a falar sobre isto? Ficam já, já, a saber, calma aí com o andor que isto ainda só vai nos primeiros acordes e a coisa tem que render para o vídeo ficar todo melódico-fofo. Isto de ser uma celebridade que faz pose com véus na cabeça, estando grávida, tem muito que se lhe diga.
I found a way to let you in
But, I never really had a doubt
Standing in the light of your halo
I got my angel now
Ela diz ao Jay Z que arranjou uma forma de fazerem o amor sem ficar com a passarinha toda queimada: o famoso lubrificante ANGEL! Ai, ai, isto há um ano atrás tinha-me dado tanto jeito… mas isso agora não interessa nada, como diz a que-ri-da Teresa Guilherme.
A Beyoncé já está em frente ao seu falo, e pelos vistos ele emana luz! Ou será que o Jay Z decidiu decorar o falo com uma daquelas grinaldas das árvores de Natal com 3 metros??? Bem me pareceu, como já tinha dito, estas celebridades batem mal da cabeça e têm fetiches esquisitos.
It's like I've been awakened
Every rule I had you breakin'
It's the risk that I'm taking
I ain't never gonna shut you out!
Ela diz sentir-se uma nova mulher, mais acordada e desperta para a vida! Pudera, fazer o amor no meio dos escombros de uma casa construída, provavelmente, por mexicanos (os que ainda não foram expulsos pelo Trump!) deve ser uma sensação do outro mundo. Tanto é que ela nem se importou que ele quebrasse as regras dela de não fazerem o amor no chão sujo de cimento porque isso podia sujar o véu (aquele branquinho da foto lembram-se?).
Ah, isto para não voltar a falar do falo iluminado do Senhor Z, que ela não quer apagar!
Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby, I can see your halo
You know you're my saving grace
You're everything I need and more
It's written all over your face
Pronto, está o caldo entornado! Ela admitiu que o falo do senhor Z é grande e que se sente cercada por ele! Esperemos que não tenham enveredado por práticas sadomasoquistas estranhas com a grinalda da árvore de natal e que não tenham convidado os mexicanos! Ou então sim, até tinha piada um dos putos nascer a cheirar a Chili con carne.
Baby, I can feel your halo
Pray it won't fade away
I can feel your halo, halo, halo
I can see your halo, halo, halo
I can feel your halo, halo, halo
I can see your halo, halo...
Halo, ooh ooh...
Ele acelerou os movimentos e ela parece esta a gostar de sentir o seu falo dentro dela, ou será que optaram por práticas orais? Porque ela está sempre a dizer que o consegue ver, depois que o consegue sentir, que o consegue ver, sentir, ver, sentir… já perceberam o que quero dizer, certo?
Hit me like a ray of sun– Porque o falo está iluminado!
Burning through my darkest night – aqui a coisa escura deve ser o rabinho, só pode!
You're the only one that I want
Think I'm addicted to your light
I swore I'd never fall again
But this don't even feel like falling
Gravity can't forget to pull me back to the ground again
Aqui ela tenta ser romântica, diz que está a atingir o orgasmo, que isso lhe dá asas e que não quer cair! Mas o que ela quer mesmo é uma festa mais tarde só com os mexicanos, quando o Jay Z estiver em concertos noutro estado do país. E de preferência seria melhor se o Jay Z deixasse ficar lá por casa o lubrificante ANGEL e a g de Natal porque ela ficou viciada na luz que aquilo dá!
Espero que tenham apreciado este pequeno momento de interpretação musical de uma das cantoras favoritas da minha adolescência!
Não sei se me choque, se me preocupe, se, se, se olhem, nem sei! Andava eu a gritar I can feel your halo sem saber realmente o que andava eu a gritar. É que se formos no encaminhamento da minha playlist veremos que não há realmente dúvidas de que é que se trata, só que eu estas já tinha cuidado ao cantar no centro de saúde quando rodeado por pessoas acima dos 65 anos: It's rainin' men. Hallelujah (The Weather Girls) ---> She's a maneater (Hall and Oats) ---> e agora mais recentemente Acordando o Prédio (Luan Santana), e eu achava que a música Halo estava ali assim um pouco deslocada, digamos. Não está, não está! Sua depravada Beyoncé! A querer comer mexicanos ao pequeno almoço quando o Jay Z se esfalfa a trabalhar para sustentar a prole, uma vergonha é o que é! E depois a Like a Virgin é que ganha a má fama, coitado do ex-jipe do Zé Mário!
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.
E desta vez a intimada a contar uma história doida foi a Gabriela do Blog do Caixote que nos trouxe a música Can't feel my face dos The Weeknd, uma música que esconde a própria biografia do Xôr Abel, que é como quem diz do Weeknd. A própria história numa só música, imaginem lá! A Caixote jura que é verdade e por isso só podemos acreditar que é, porque razão não haveria de ser? E se atentarmos bem na letra, até acho que podemos sentir a música um bocadinho como nossa também... Acho que podia ser uma história minha, tirando o Tojó que não o conheço está claro e acho que a Caixote até sentiu a história um bocadinho como sua, e assumiu, estilo exorcista, a voz do The Weeknd para nos contar a mesma na primeira pessoa para ser mais fácil de entender.
Vamos curtir esta tripe de anestesia com o The Weekng? 'Bora lá!
É isto que me apanham a cantar sempre que vou à dentista. I can’t feel my face.
And I know she'll be the death of me, at least we'll both be numb
And she'll always get the best of me, the worst is yet to come
But at least we'll both be beautiful and stay forever young
This I know, yeah, this I know
A anestesia é tão, pá man, tão power que fico com a cara à banda., mas mesmo à banda, tipo se não me vir ao espelho acho que tenho a cara toda torta, pá, mas tipo não tenho.
É aquela cena de tipo não me importo, ok, só um bocadinho, porque é para ficar um gajo bom nos dentes, portantes é naquela, ficamos os dois bonitos, a minha cara e os meus dentes, tão a ver a cena, né?
She told me, don't worry about it
She told me, don't worry no more
We both know we can't go without it
She told me you'll never be in love, oh, oh, woo
A dentista diz-me para eu não me preocupar, que não me pode tratar os dentes sem me injetar aquela cena nas engivias, que não podemos mesmo, mesmo, passar sem anestesia, mas eu só me lembro daquela vez tipo em que andei com uma batata frita enfiada no lábio de cima sem dar conta.
I can't feel my face when I'm with you
But I love it, but I love it, oh
I can't feel my face when I'm with you
But I love it, but I love it, oh
Não consigo sentir a cara quando venho da dentista e até é fixe porque quando chego ao café viro-me pró Tojó e digo-le: "tipo, man, dá-me um murro aqui na cara, pá!” e ele dá e eu tipo a rir-me lolololol porque tás a ver não doeu e o tipo fica todo fodido da vida e eu rrsrsrsrsrs
And I know she'll be the death of me, at least we'll both be numb
And she'll always get the best of me, the worst is yet to come
All the misery was necessary when we're deep in love
This I know, girl, I know
Às vezes acho que tanta anestesia vai matar-me, tás a ver, é que vou prái uma vez pro semana à dentista, man! Mas é aquela cena de ser um mal que tipo, até vem por bem. Despois eu acho que a minha dentista é boa, mas boa, boazona, e até acho que estou apaixonado por ela. E eu até ficava aqui a falar sobre ela oh man, o dia todo, mas foda-se não consigo sentir a cara, nem a boca e tás a ver, preciso da boca pra falar e acho que ia tar sempre a dizer a mesma coisa, Lol!
She told me, don't worry about it
She told me, don't worry no more
We both know we can't go without it
She told me you'll never be in love, oh, oh, woo
I can't feel my face when I'm with you
But I love it, but I love it, oh
I can't feel my face (I can't feel nothing) when I'm with you
But I love it, (but I love it) but I love it, oh
I can't feel my face when I'm with you
But I love it, (but I love it) but I love it, (but I love it) oh
I can't feel my face when I'm with you
But I love it, (but I love it) but I love it, (but I love it) oh
She told me, don't worry about it
She told me, don't worry no more
We both know we can't go without it
She told me you'll never be in love, oh, oh, woo
I can't feel my face when I'm with you (I can't feel my face)
But I love it, (but I love it) but I love it (oh I love it) oh
I can't feel my face when I'm with you (said I can't feel my face)
But I love it, (but I love it) but I love it oh
I can't feel my face when I'm with you (face, when I'm with you)
But I love it (but I love it) but I love it, don't you think I can't
I can't feel my face when I'm with you (I can't feel my face)
But I love it, (when I'm with you baby) but I love it, (when I'm with you baby)
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.
Até agora as minhas convidadas têm sido meninas mas parece-me bem que tragamos também para cá os homens a contar-nos histórias. Não é, aliás, o que eles melhor nos contam, meninas? Histórias? Muahahahahahaha
O meu convidado de hoje é o Silent Man e convidei-o porque sei que é fã incondicional de música, e porque também sei que gosta de histórias. E que história nos vai ele contar! Admirador de rock dos anos 70 e 80, a música que hoje nos traz é a Love Will Tear Us Apart dos Joy Division e promete arrancar-vos algumas gargalhadas.
Podia abordar este tema de duas formas. Podia dar-vos a versão oficial, de como o vocalista, chamado Ian Curtis estava casado com uma mulher lindíssima de nome Deborah Curtis mas estava era apaixonado por uma senhora jornalista Belga e que isso levou primeiro ao fim do casamento e depois ao suicídio do moço. Mas não, eu vou dar-vos a versão VER-DA-DEI-RA: De como o senhor estava mesmo era a gozar com isto tudo e o que ele queria mesmo era sopas e descanso. E de como a mulher dele queria era rambóia!
When routine bites hard,
And ambitions are low,
And resentment rides high,
But emotions won't grow,
And we're changing our ways,
Taking different roads.
Então não se vê logo? Quando a rotina não nos larga! O rapaz queria estar de papo para o ar numa praia qualquer de areia branca, com uma bebida colorida com um chapéuzinho e uma senhora em topless a abanar uma folha de palmeira à frente dele. Mas as ambições do moço estavam muito em baixo pá. Não havia Euromilhões para ele apostar uns cobres, por isso ele estava ressabiadinho (resentment rides high) e por isso deixava de estar com a mulher (emotions won’t grow, coitado… O Viagra também ainda não existia) para estar com a senhora Belga que aparentemente era abstémica.
Then love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Depois claro, a Senhora esposa dele ficava aborrecida e dizia que se queria separar dele, que ela não era como a outra e gostava de um pouco de forróbódó durante a noite e que se o Ianzinho não se pusesse a fancos ela falava com o senhor do talho que prontos… tinha mãos grandes e braços fortes e uns olhinhos de cachorro perdido cada vez que ela entrava no estabelecimento.
Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side.
Is my timing that flawed?
Our respect runs so dry.
Yet there's still this appeal
That we've kept through our lives.
O parvalhão ainda perguntava porque é que o quarto estava frio… Amiguinho, tu vives em Manchester, não na Polinésia, nem nas Maldivas. Tá frio porque a Inglaterra é pior que a Serra da Estrela. Fria que nem cornos! E sim, a tua mulher tá de costas para ti porque tu és um sacana, preferias estar de vacances com a Belga e ela preferia estar atracada ao do talho, sempre se divertia mais e andava com outro sorriso nos lábios.
But love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
You cry out in your sleep,
All my failings exposed.
And there's a taste in my mouth,
As desperation takes hold.
Just that something so good
Just can't function no more.
Adivinha lá porque é que a senhora grita durante o sono… Será que é porque está a sonhar com o papão? Não amiguinho. Voltamos ao homem do talho. Parece que o senhor tem lá uma chouriça que é uma beleza e a senhora tá com vontade de a sentir. Já tu, com as vergonhas à mostra e o sabor da outra na boca, olha… Ficas em segundo lugar que te f… lixas (que isto ainda é um blog de respeito!). E se não funciona olha… Aguenta mais uns aninhos que em 1998 nasce o Viagra!
E assim morreu Ian Curtis sem conhecer o Viagra...
Estamos aqui a brincar, mas a impotência sexual é um assunto muito sério, muito sério. Tivesse este moço nascido numa altura em que a medicina estava mais desenvolvida e a vergonha alheia fosse um pouco menor, que provavelmente teria tido um final diferente.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades sexuais. O que eu sempre digo, o que eu sempre digo!
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.
A Mula convidou a Sarah para a rubrica aqui do curral e a Sarah não respondeu à Mula. Então a Mula achou que a Sarah não queria participar. Eis que descubro que a Sarah não recebeu o meu convite porque o meu e-mail pelos vistos ainda é mais tosco que a aquela que o escreve. E eis que é com muita alegria da Mula que a Sarah participa aqui no Conta-me histórias da música que eu ouvi! com uma música muito conhecida da nossa praça Like a Virginda Madonna, mas se pensam que a música conta ordinarices e desavergonhadices, então ouçam de novo e leiam esta história, porque estão redondamente enganados, é que estão redondamente enganados! Palavra de Mula
Antes de mais, cabe-me agradecer o convite da Xô Dona Mula, que muito me honra e envaidece, apesar de temer pelo bom nome e brio praticados nesta casa. É que, ao contrário de muitas nobres almas da blogosfera do batráquio, eu tenho um apurado gosto e uma tremenda tendência ao descambamento, ao gozo exacerbado e, acima de tudo, à escrita das mais absurdas coisas. Preparai-vos assim que, quem vos avisa, vosso amigo é.
A Mula pediu-me uma música… Que música fui eu buscar? Nada mais, nada menos, que um tema da Inveterada Rainha da Pop de seu nome Madonna.
Para quem neste momento se prepara para fechar a janela, ir ao meu blog e chamar-me nomes, esperai: que levante a primeira mão quem nunca se abanou um bocadinho ao som das musicas da Madonna! Desde homens de barba rija a adolescentes malucas e sem namorado, esta rapariga criou ícones musicais que marcaram (e ainda marcam) a vida de muito boa gente.
O tema escolhido foi “Like a Virgin” e, ao contrário do que possam pensar, esta música fala de um automóvel e do seu novo dono (vá vá, deixai vir a mim os moralistas lailailai).
I made it through the wilderness
Somehow I made it through
Didn't know how lost I was
Until I found you
O primeiro verso conta tudo: é a história de um jipe todo-o-terreno, daquelas que fazem o Dakar e as tours de turistas pela selva da Amazónia que, já na idade da reforma e perante um fim triste, se vê a ser comprado por um puto de 18 anos que tirou agora a carta e mora em Odivelas.
Ele não se sabia tão fora do seu habitat até que, numa tarde de Verão largou o mato e as poças de lama e foi para o IC17, conduzindo até ao por-do-sol.
I was beat
Incomplete
I'd been had, I was sad and blue
But you made me feel
Yeah, you made me feel
Shiny and new
Ele estava maltratado, foi muita porradinha, muito turista de estômago sensível a vomitar nos altos e baixos da savana e ele mesmo, o jipe, estava azul às riscas tipo zebra. Até que o puto, chamemos-lhe Zé Mário, o comprou por 500€ num ferro velho e o amou. Depois de gastar 3h numa lavagem manual, o jipe está novo e brilhante!
Hoo, like a virgin
Touched for the very first time
Like a virgin
When your heart beats
Next to mine
E eis que o nosso jipe se sente um carro virgem! Saído agora mesmo do stand, com aquele cheirinho a novo (ou a cif, que foi o que o Zé Mário usou!). E como o Zé Mário até é um puto sensível apesar da idade, criou o hábito de abraçar o volante do veículo que, espera ele, lhe traga a primeira namorada não psicológica.
Gonna give you all my love, boy
My fear is fading fast
Been saving it all for you
'Cause only love can last
Mas, desengane-se quem pensa que isto foi amor à primeira vista! Foram muitos anos de maus tratos, abusos físicos, violência verbal em línguas que ele nem entendia e isso refletiu-se na confiança do pobrezinho. Contudo, não há como não gostar do Zé Mário e os medos vão-se, os motores pedem estrada e aventura e o nosso jipe está confiante: é para sempre!
You're so fine
And you're mine
Make me strong, yeah you make me bold
Oh your love thawed out
Yeah, your love thawed out
What was scared and cold
E ao fim de um mês já o Zé Mário dá 120km/h na Vasco da Gama, já o nosso jipe entra em picanços com Citroen Saxo e Subarus Empresa, perdendo todos claro, mas isso não interessa!! Eles estão indomáveis, audaciosos, qual Vasco da Gama e Caravela! Tudo o que havia de maquinão no jipe está à mostra, é palpável, ele está a dar tudo!
Like a virgin, hey
Touched for the very first time
Like a virgin
With your heartbeat
Next to mine
Whoa
Whoa, ah
Whoa
You're so fine
And you're mine
I'll be…
E foram felizes para sempre… Ou não. O estúpido do Zé Mário pegou num carro com 16 anos e achou que tinha comprado um Mercedes Classe A full-extras, resultado: queimou a cabeça do motor. Contudo, o facto de ter tido um jipe foi-lhe muito útil e sim, arranjou-lhe namorada.
Numa ida ao Festival do Sudoeste (para apanhar doenças venéreas, ficar bêbedos e ouvir música ao longe) o Zé Mário ajudou uma betinha a tirar o Fiat 500 de uma poça de lama. A betinha, chamemos-lhe Caetana, perdeu-se de amores pelo ar tosco de Zé Mário e assim se iniciou um lindo e intenso romance… De 3 meses.
Espero que tenham gostado desta minha mui pessoal interpretação do “Like a Virgin” da Dona Madonna e que, a partir de agora, a vejam com outros ouvidos.
Tenho a dizer que é verdade. E eu sei de fonte segura que o que por aí não faltam são muitos Zé Mários a acharem que aguentam com grandes carrões mas que depois o que lhes assenta bem são fiat's panda, daqueles antiguinhos e cheios de catarro!
O que o xô Zé Mário fez ao jipe não se faz... o Jipe achou que tinha encontrado um amor verdadeiro e afinal... Afinal este homem fez o que todos os homens fazem: esticou a corda até rebentar e trocou rapidamente por outro. Enfim!
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.
O grande objetivo desta rubrica é, essencialmente, desconstruir ideias pré-concebidas acerca das músicas, perceber que uma música é muito mais do que o que se ouve, que tal como Camões e Pessoa nas suas poesias, nem sempre um poema é objetivo, direto e totalmente percetível. É isso que as minhas convidadas vos têm demonstrado, e prometem continuar a demonstrar.
São loucas, dirão alguns.
Perspicazes, digo eu!
A minha convidada de hoje, Fatia Mor, traz-nos hoje mais uma história inédita, nunca antes contada, mas não menos verdadeira, sobre a Canção do Mar, imortalizada na voz da nossa Dulce Pontes, apesar de ser original de Amália Rodrigues.
Tão enganadinhos que temos andando... Só vos digo isto: Tão enganadinhos!
Ora bem, hoje escrevo-vos sobre a música Canção do Mar. Interpretada originalmente pela Amália Rodrigues e popularizada pela Dulce Pontes, conta a história de uma pobre rapariga enamorada por um amor proibido... Mas será mesmo?
A verdade é que esta canção conta a história de uma pobre criatura, com vontade de ser stripper num bar pouco recomendável a senhoras de bem, com alucinações recorrentes sobre um mar que fala.
Vejamos:
Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
Aqui está o primeiro indício. Para quem conhece bem a zona costeira, sabe perfeitamente que há n casas de strip e alterne de nome Batel. A moçoila está tão empenhada neste estilo de vida que até o trata carinhosamente de “meu batel”.
Ela quer seguir um estilo de vida próprio e diz que foi bailar. Aqui claramente encontra-se um nome de código para tirar a roupa.
Além do mar cruel é uma referência à dificuldade em despir-se pela primeira vez em frente àquelas pessoas todas, que terá despoletado um episódio psicótico, porque logo a seguir…
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
…diz que o mar fala! Como todos sabemos, o mar enrola na areia e pouco mais. Muito menos, não anda por aí a bramir e a levantar falsos testemunhos sobre generalidades. Mas o sentimento de culpa e a ambivalência entre querer ser uma stripper e o julgamento da sociedade, a nossa pobre criatura vê-se a mãos com uma descompensação com delírios auditivos.
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo
Ao que parece, o mar não se limita a julgá-la mas ainda faz referência a uma pessoa em particular. Soubesse ela que a luz do olhar é apenas o néon que dá nos olhinhos do pessoal que se senta mesmo em frente ao palco e, enquanto ela rodopia no varão, lhe parecem de uma beleza e deslumbramento sem par.
Mas no fundo ela sabe disso e isto é apenas uma estratégia de angariação de clientes, que é como quem diz “oh lindo, anda cá!”. O problema é que desde que o piropo foi proibido, a malta teve que arranjar maneira de disfarçar a coisa, mulheres incluídas a bem da igualdade de direitos e oportunidades!
Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração
Ora, aqui estamos a avançar na carreira. Ela acaba por dar continuidade ao trabalho, e tenta angariar os clientes para uma table dance privada. No fundo, ela quer que eles vão “bailar” com ela. O mar continua no tema central do seu delírio auditivo e ela quer saber se ele terá razão, ou não, em julgá-la. A malta acha a coisa estranha mas a verdade é que o estranho é atraente e lá vão eles ao baile!
Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E agora tenta justificar-se perante a sociedade. É que se ela for bailar, não tem que ir ao mar cruel. Portanto, podemos subentender que o rendimento auferido no Batel é de elevada quantia, não havendo necessidade de ir bater com os costados num trabalho mal pago. Para além disso, percebe que não tem que dar justificações quaisquer ao mar, que na verdade é a vizinha da frente, que espreita sempre pela fechadura da porta quando ela chega a casa, às tantas da madrugada.
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo
E cá está. Depois de vender a ilusão, no varão do Batel, a criatura fecha-se em copas, que apesar de tirar a roupa, ainda é uma criatura de respeito. Portanto, ela não diz onde foi cantar, nem sorrir, nem bailar, nem nada do que lhes prometeu. Aquilo fica-se só por ali e acabou.
Há que manter o mistério, para o negócio florescer.
Parece que aqui ela já atinou do juízo e o melhor será mesmo mudar de casa, para um condomínio privado, com piscina e guarda noturno para não ter que levar com a vizinha.»
E tendo em conta os rendimentos, tenho cá para mim que não será nada complicado de sustentar esse condomínio privado com tudo e tudo e tudo!
Mas digo-vos, meus caros, que estou até um pouco chocada, confesso, é que realmente o que não falta por aí são bordéis de nome Batel, e já se sabe que para se aguentar muito do que por lá se passa, há também algumas drogas à mistura que... Justifica muita coisa, acreditem, justifica muita coisa, essencialmente o mar falar e julgar e... enfim, meus queridos, assim é a vida e cada um tem que fazer pela sua...
Uma coisa vos garanto, nunca esta música há-de ser ouvida da mesma maneira, obrigada Fatia Mor por isso!
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.
A Maria pôs-se a jeito e a Mula não resistiu e convidou-a para nos contar uma história sobre uma música à sua escolha. A escolhida foi a Somewhere only we know dos Keane, a acreditem em mim quando vos digo que nunca mais vão ouvir esta música da mesma maneira.
Antes de mais, quero agradecer à Maria a sua pronta participação, e pedir-lhe perdão pelo desaparecimento dos restantes fios escuros que jaziam na sua cabeleira. Obrigada, Maria!
Esta música dos Keane é uma daquelas raridades que, ainda que as rádios insistam em passar vezes e vezes sem conta, não se consegue enjoar. Não enjoei em 2004 e 13 anos depois, ainda me sabe muito bem ouvi-la...
Graças à Mula, finalmente prestei atenção à letra, e não pude ficar mais espantada com o que descobri.
A música retrata a viagem de um grupo de células adiposas escorraçadas, de uma barriga onde viviam há anos, por uma lipoaspiração! A busca por um novo estado inicia-se em território claramente deserto. Apesar de serem caminhos anteriormente conhecidos, a idade pesa e é impreterível encontrar uma barriguinha de confiança o quanto antes!
I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river, and it made me complete
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
A dúvida persiste, para quando assentar arraiais em barriga alheia. É que a gordura pesa, o que faz com que o grupo de viajantes esteja já cansado da busca
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
Finalmente, algo de familiar. Não os abdominais de outrora mas uns muito parecidos. E parecia um sonho… Apesar disso, tudo o que parecia simples desapareceu, e com o passar do tempo é ainda mais difícil confiar.
(A culpa é da oferta das clínicas de estética... como garantir que se procura umas coxas ou uma anca de alguém que não as vai arrancar à facada?...)
I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
Ei-la! Finalmente o nosso grupinho, já estafado, tem uma visão! Uma criatura roliça sentada numa esplanada a deliciar-se com um crepe cheio de gelado e 100 toppings, o alvo perfeito! Numa 1ª avaliação pensam rondar os 40. Hmmm metabolismo mais lento. E convidam-se à bruta:
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
Sem rodeios o desafio para uma ida a um sitio que só eles conhecem.
Sei de fonte segura quais as hipóteses, as mesmas só não estão referidas na música por questões de publicidade. Abaixo completo com os vários locais possíveis:
And if you have a minute, why don't we go (ao Macdonalds)
Talk about it somewhere only we know? (na Häagen-Dazs)
This could be the end of everything
So why don't we go (ao KFC)
Somewhere only we know? (à tasca da esquina virar uns torresmos)
Como qualquer relação recente esta também carece de reforço, e as nossas Células Gordinhas insistem no re-começo:
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
E desta feita os desafios
And if you have a minute, why don't we go(Pizza Hut)
Talk about it somewhere only we know?(Telepizza)
This could be the end of everything
So why don't we go?(à roulotte das bifanas)
So why don't we go?(comer o melhor bolo de chocolate do mundo)
This could be the end of everything
So why don't we go(beber umas jolas)
Somewhere only we know (uma qualquer pastelaria)
Somewhere only we know (ao supra sumo das charcutarias)
Somewhere only we know?
Não ficando explícito posso-vos garantir: Nesta canção biográfica, o grupo de células assentou arraiais, já se multiplicou e somos hoje uma grande grande família! »
Eu não sei se vocês têm noção mas... Eu posso bem ter sido a "criatura roliça sentada numa esplanada a deliciar-se com um crepe cheio de gelado e 100 toppings" por isso é bem possível que esta música seja sobre as minhas queridas células adiposas! Perdoem-me células, nunca pensei que tinha sofrido tanto para me encontrarem! Afinal sempre há lá fora amor eterno e às vezes nós é que não o deixamos entrar!
Este amor é para sempre, confiem em mim, que eu nunca, mas nunca, mas nunca arrancarei as minhas coxas à facada [a menos que me saia o euro-milhões e eu tenha dinheiro suficiente para o fazer mas também... qual é a probabilidade disso vir a acontecer?]
Para a semana, outra música, outra história! Fiquem atentos, e fiquem desse lado para que se divirtam tanto quanto eu!
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.
A Mula pediu à Psicogata para inaugrar a nova rubrica musical aqui do curral, e sempre muito recetiva a desafios, aceitou prontamente. E eu não podia estar mais satisfeita com a música escolhida. Don't Cry foi uma música que fez parte do reportório da minha infância. Já chorei muito ao som desta música. E agora que conheço a história, ainda com mais vontade fiquei de chorar. Curiosos?
Psicogata, então, conta-me histórias da música Don't Cry dos Guns n' Roses!
Antes de vos apresentar a minha escolha, quero agradecer à Mula pelo fantástico convite, é uma honra ser a primeira convidada desta rubrica que tem tudo para ser um sucesso, a ideia é fantástica e tenho a certeza que os convidados se divertirão imenso a participar.
Eu diverti-me imenso. Obrigada Mula.
Quem nunca esteve distraído a ouvir uma qualquer música e de repente teve um aviso do cérebro a perguntar: Mas ele está mesmo a cantar isto? A verdade é que as músicas estão carregadas de frases pouco credíveis, parvas e com significados ambíguos e contraditórios, longe vão os tempos em que escrevia e traduzia as letras das minhas músicas favoritas para as decorar e para as entender em toda a sua profundidade. Escusado será dizer que algumas foram uma grande desilusão, é que às vezes gostamos de uma música, gostamos de a cantar, mas não estamos plenamente conscientes do que estamos a dizer.
Quem nunca cantou a plenos pulmões:
Ooh Show me heaven
Cover me
Leave me breathless
Ooh Show me heaven please
Sem saber o que realmente estava a dizer?
Pois, como esta, são várias as coisas que cantamos sem pensarmos no que estamos realmente a dizer. É por isso que é conveniente escolherem bem as músicas quando decidem cantar num bar de karaoke em frente a monte de pessoas, especialmente se essas pessoas vos conhecem.
A música que escolhi e digo-vos podiam ser tantas que foi difícil escolher, é de uma das minhas bandas favoritas - Guns N’ Roses -, e é uma balada de rock que adoro e que sei Mula também gosta.
Aviso importante!
Quem gosta de ouvir esta música em momentos românticos o melhor é fechar esta janela e ir à sua vidinha, porque irá apanhar uma valente desilusão, quem tem estômago para saber a verdade e toda a verdade e Deus nos ajude, continue a ler. Lembrem-se que já não podem pedir ao fotógrafo do vosso casamento para editar o vídeo para retirar esta música, já passaram muitos anos e provavelmente a cassete original já não existe.
Só para não dizerem que não avisei. Preparados ou não vamos a isto:
Talk to me softly
There is something in your eyes
Don't hang your head in sorrow
And please don't cry
I know how you feel inside I've
I've been there before
Something is changing inside you
And don't you know
Claramente o Axl está com pena da namorada que está prestes a virar Ex, a miúda parece ter qualquer coisa nos olhos que reflete as mudanças que operam no seu interior, ele conforta-a dizendo que já passou pelo mesmo, há qualquer coisa a mudar dentro dela, só que ela ainda não sabe.
Don't you cry tonight
I still love you baby
Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry tonight
Ele está muito comovido com a situação e diz-lhe para não chorar, pois ainda a ama, querida não chores repete, querida não chores porque há um céu acima de nós, como se ela nunca tivesse olhado para cima e tivesse percebido isso.
O Axl tão fofinho a dizer que a ama, até parece que lhe está a pedir uma segunda oportunidade.
Give me a whisper
And give me a sign
Give me a kiss before you
Tell me goodbye
Don't you take it so hard now
And please don't take it so bad
I'll still be thinking of you
And the times we had...baby
Aqui a coisa complica, claramente o desavergonhado está a fazer-se ao break up sex, assim de forma a parecer só um beijinho de despedida antes de ela lhe dizer adeus, porque ele é que está a terminar com ela, mas é ela que lhe vai dizer adeus, mas ela não precisa de levar a situação tão a peito, afinal ele até continuará a pensar nela e nos tempos que passaram juntos.
And don't you cry tonight
Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry tonight
E novamente a canção do bandido, não chores querida, há um céu acima de nós, reparem que desta vez ele já não diz que a ama, não convém dizê-lo muitas vezes não vá a miúda achar que ele está só confuso, ele está todo meloso, mas não deixa de ser uma despedida.
And please remember that I've never lied
And please remember
How I felt inside now honey
You gotta make it your own way
But you'll be alright now sugar
You'll feel better tomorrow
Come the morning light now baby
O homem sabe fazer a coisa bem-feita e claro puxa a brasa à sua sardinha, recorda-lhe que nunca lhe mentiu e para se lembrar que esta situação também lhe é dolorosa, afinal é difícil terminar uma relação com alguém especialmente quando pelo meio lhe chama querida e lhe diz que a ama.
A partir de agora ela terá que se desenrascar sozinha, conforta-a dizendo que vai ficará tudo bem, amanhã sentir-se-á melhor e brilhará novamente, uma forma bonita de lhe dizer que encontrará alguém.
Ela sabe que irá ficar bem Axl, a questão é quando, mas isso a ti não te interessa nada.
And don't you cry tonight
And don't you cry tonight
And don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry
Don't you ever cry
Don't you cry tonight
Baby maybe someday
Don't you cry
Don't you ever cry
Don't you cry
Tonight
E não chores querida, não chores repete ele até à exaustão como se isso lhe fosse parar as lágrimas ou como se chorar não fosse permitido, afinal de contas ele ainda a ama, ela é que está a mudar e tudo ficará bem porque há um céu acima deles, porquê chorar?
Termina metendo um “talvez um dia” no meio do não chores, é o golpe de misericórdia, aquela machada final e certeira, o deixar sempre a porta entreaberta, pois nunca se sabe o que o futuro nos reserva e se calhar ela até uma ótima segunda escolha.
Moral da história:
Axl Rose ensinou todos os homens da sua geração a terminarem uma relação como deve ser, sem cenas, a dar entender que a culpa até é dela, que ela ficará bem e ainda a deixar no ar um possível retorno.
Assim com uma simples música que até parece romântica Axl Rose fez um guia completo do que dizer no fim de uma relação, sabichão o Axl não caiu no erro de dizer – O problema não és tu, sou eu, não, nada disso, é mais fácil culpa-la a ela.
É que ele não sabe a cantiga, ele inventou a cantiga.
Portanto mulheres da época dos Gun’s N’ Roses é a eles que devemos aqueles terminares simpáticos que nos deixavam esperançosas e agarradas à remota possibilidade de reatar um dia mais tarde, e dos quais demorávamos meses, anos e ou até a vida a recuperar.
Se olham para trás e pensam, ah e se eu tivesse insistido, se tivesse lutado, esqueçam lá isso, o resultado seria o mesmo, a única diferença é que talvez tivessem ouvido uma justificação verdadeira e teriam seguido em frente mais magoadas, mas sem falsas esperanças.
Eu avisei que ia desrromancear a música.
Não adianta irem à procura do número do fotógrafo, se calhar até já fechou e por favor não façam este exercício às outras músicas da época, ficarão deprimidos e não, não me podem mandar a fatura do psicólogo.
E sim, a culpa de andarmos sempre com a cabeça na lua, de sermos umas românticas incuráveis é dos contos de fadas, mas também destas baladas que nos ponham a suspirar horas e horas seguidas enquanto nos formatavam.
Só tenho uma coisa a dizer... MEU GANDA BANDIDO, o que eu suspirei por ti e tu andaste a ensinar coisas feias aos meus namorados, daí eu sentir-me culpada quando na realidade a culpa sempre foi dos outros! Sinto-me enganada!
Obrigada Psicogata, por este momento. Foi um prazer ter-te no meu humilde curral musical.
E então, gostaram da primeira edição do Conta-me historias da música que eu ouvi!? Então fiquem aí desse lado que para a semana temos outra convidada com uma história igualmente engraçada para nos contar.
Têm uma história engraçada sobre uma música e gostariam de a partilhar connosco? Mandem a vossa história para desabafosdamula@hotmail.com e a história será partilhada aqui nos Desabafos da Mula assim que possível.