Podia ser uma normal Follow Friday, mas não é. A nossa Just_Smile vai casar!
Dizem que no mundo virtual é só loucos e pessoas cobardes que se escondem atrás de um computador para dizerem tudo aquilo que pensam, mas o que eu encontrei aqui foi algo muito diferente disso. Quando decidi criar o meu blog estava longe de imaginar que as pessoas iriam simplesmente saltar do ecrã para a vida real. Estava longe de imaginar que iria encontrar pessoas tão incríveis e tão bondosas como a nossa Just, que é mais que uma blogger, é uma amiga, uma lutadora, uma pessoa com um coração enorme!
Não, isto não são só blogs. Já demos várias provas aqui e ali que isto aqui não são só blogs e por isso uma vez mais os pássaros se juntam para prestar homenagem a uma das meninas mais queridas e simpáticas da blogosfera.
Sim a nossa Just_Smile à hora desta publicação deve estar a dizer o sim! Bolas já não vou a tempo de lhe dizer que ainda vai a termpo de fugir! Mas sabem que mais? Nunca lhe diria tal coisa, já tive o prazer de o conhecer a Ele e de os ver juntos e posso garantir-vos que são um casal incrível com muito amor e companheirismo. Que mais se pode desejar num casamento?
Cá a Mula só vos pode desejar mesmo muita felicidade!
Minha querida Just, bem sei que querias um casamento pequeno e uma cerimónia informal, mas a esta hora já deverás ter percebido que por mais pessoas que estejam à vossa volta quando há amor como o vosso, vocês só se vêm um ao outro e é o que verdadeiramente importa!
Podia ser mais um título de um livro do Pedro Chagas Freitas, mas não é! Chegaram as fotos do casamento, e com elas vivi tudo novamente, e continuo com a convicção que não faria nada de diferente, e que amei tudo e que se pudesse repetia, e repetia, e repetia este momento, vezes e vezes sem conta.
Não me canso de repetir que foi o dia mais feliz da minha vida. Da nossa vida. Bem sei que para ele também o foi. Sei que não nos casamos por vontade d'Ele, sei que para ele o dinheiro falava mais alto que o enlace em si. Sei que por Ele pegávamos em todo o dinheiro e faríamos a viagem da nossa vida. Sei que nos casamos por eu ser Mula teimosa, e com sonhos, muitos sonhos. Mas sei que aquele sorriso que Ele manteve em toda a boda não se força, não se finge, não se inventa. Por isso sei que estava feliz, tão ou mais do que eu. Estávamos os dois. Porque os sorrisos verdadeiros sentem-se, não se fingem, porque sorrir não é rasgar a boca e colar os dentes de fora, quando nos rimos, rimo-nos com o corpo todo, com os olhos, com os braços e até com os cabelos. Quando temos um sorriso verdadeiro, somos apenas luz, sentimentos, e amor. Acima de tudo amor.
Gostava de vos dizer qualquer coisa bonita, mas estou com a lágrima encravada na garganta! Apenas dizer-vos que... Se pudesse, casava com ele todos os dias da minha vida! Se isto não é amor. Então não sei o que amor será!
Agora que voltei, acho que já vos posso contar como correu o casório. Assim muito resumidamente... Soube a pouco, por mim vivia tudo de novo, mas de forma mais demorada, em slow motion para aproveitar tudo ao pormenor.
Agora assim de modo nada resumido... Cá vai:
(O meu bouquet com as minhas flores favoritas: Girassóis e Gerberas)
O dia amanheceu lindo, e apesar de não ter conseguido dormir a adrenalina permitiu-me manter bem desperta. Tudo aconteceu muito rápido: A maquilhagem, o penteado, a preparação, as múltiplas sessões fotográficas, a chegada ao altar, tudo a correr, aliás, há inclusive convidados que dizem não me ter visto a entrar de tão rápido que eu ia. Houve até quem pedisse bis. A melhor descrição foi "parecias um foguete!" A verdade é que estava tão nervosa, mas tão nervosa, que eu só queria chegar rápido ao altar, estava atrasada, a música já estava a tocar, eu queria chegar antes de tropeçar, antes de começar a chorar, antes de ver as caras das pessoas que me aguardavam - sim, eu confesso, eu não vi ninguém para além do noivo, foi como se de repente tivesse entrado num túnel. Entrei ao som de Para Sempre dos Xutos e Pontapés. Ele notava-se um pouco impaciente e muito nervoso, porque casamento que é casamento tem de ter contratempos, eu apanhei um acidente grande na VCI e cheguei atrasada, ainda que a tradição diga que a noiva deva chegar atrasada a verdade é que não estava nos meus planos, mas aconteceu. Quando lhe peguei na mão senti que tremia. Fiquei feliz por isso! [Sou mesmo má!]
(A Mula, a mãe da Mula e o vestido da Mula)
O segundo contratempo foi com os meus padrinhos, disseram-me que os meus padrinhos já estavam presentes, mas na realidade não estavam, ainda estavam a estacionar e chegaram depois de mim, foi uma risota "há casamentos em que se espera pela noiva... aqui espera-se pela noiva e pelos padrinhos, ao menos assim é sempre diferente" gracejou a conservadora. Eu obviamente com os nervos não conseguia parar de de rir. A cerimónia decorreu de forma tranquila, ainda que acho que a conservadora não nos queria casar: "Conhecem alguma coisa que impeça este casamento?" (*silêncio) "aí atrás estão a ouvir-me? Ninguém tem nada que impeça este casamento?!" e o pessoal só se ria... A cerimónia, tal como prometido terminou ao som dos Pássaros do Sul da Mafalda Veiga. [Acho que vos vi passarinhos, a sorrir lá ao fundo!]
(A ser preparada para a cerimónia enquanto esperava pelos padrinhos)
Depois foi o normal: muita choradeira - eu que dizia que não ia chorar, chorei, pois claro -, rimmel borratado, muitos beijos e abraços, algumas caras desconhecidas, muita gente à minha volta, muita gente a perguntar-me como é que me sentia, e nem eu sabia muito bem como me sentia, para além de estupidamente feliz.
(Já de aliança no dedo)
Eu não sou bonita, também não sou feia, verdade seja dita, mas não sou bonita, mas a verdade é que a maquilhadora fez milagres, nunca me senti tão bonita e graciosa na minha vida, senti-me tão vaidosa, mas tão vaidosa, que confesso, à noite até tive pena de me desmaquilhar e desfazer o penteado - que vos digo... o penteado deve ter-me feito mais pesada um quilo, graças à quantidade de laca e ganchos que tinha.
Tiramos muitas fotografias; comi o que consegui - a verdade é que os nervos toldaram-me a fome, mas tentei aproveitar para picar tudo o que gostava, desde o paté ao sushi -, deram-me comida à boca, seguraram-me nos copos e no prato, arranjaram-me guardanapos, os funcionários sempre muito solícitos e preocupados para que eu não me queimasse com os canapés quentes - os meus favoritos - e que nunca me faltasse bebida - tudo menos isso, eu Mula Maria, tenho de ter sempre um copito na mão quando estou em festa! Bebi Gin's e Caipirinhas e fui feliz!
A sala e o espaço estavam lindos e eu quase não os aproveitei: não me sentei nos sofás espalhados pelo espaço, nem fui namorar para trás das sebes nem para o interior da casa. Ao contrário do que costuma acontecer, não passei despercebida - e pela primeira vez fiquei verdadeiramente feliz por não passar despercebida. As muitas fotografias não me incomodaram, os beijinhos e abraços deixaram-me feliz, o dia até me pareceu mais cor-de-rosa que azul, a verdade é que nunca me tinha sentido tão feliz e apesar de o noivo estar reticente quanto ao casamento era possível ver que ele estava a adorar tudo quanto eu, felizmente ele ainda é mais transparente que eu e a felicidade estava-lhe estampada no rosto.
(A tenda e a decoração da tenda)
Fui uma noiva egoísta, choquem-se, sentei-me como os outros e comi e bebi como se estivesse num casamento - que não o meu. Só depois, de barriguinha cheia é que fui ver se os convidados precisavam de alguma coisa, mas a verdade é que era o meu dia e se não fosse egoísta neste dia, iria ser quando? Contrariei por isso tudo o que me disseram que iria ser, mas eu comi, quem me conhece sabe que eu também preciso de comer para ser feliz!
(O corte do bolo ao som de All You Need Is Love)
Como sabem fiz uma surpresa ao Mulo, mas a maior surpreendida ainda fui eu. Eu tinha combinado com o DJ abrir a pista de dança a cantar, já que o noivo não dança - disse-me ele, que sempre bateu o pé desde o início - resignada arranjei uma forma alternativa e lá cantei a Manta para Dois dos Deolinda, num espectáculo que só visto. Até que o DJ: "A noiva pensa que a pista já está a aberta... mas a pista ainda não está aberta!"E eis que o Mulo aparece ao som de When a Man Love a Woman e dançou comigo essa música - e só essa música, que foi à vontade mas não à vontadinha - e foi um momento completamente mágico, até porque eu estava longe de imaginar que ele iria dançar comigo, muito menos no meio da pista com toda as pessoas a olharem - romantismos não é muito coisa dele! Arrepiante, só vos digo, dançássemos nós alguma coisa de jeito e era um vídeo que merecia ser divulgado, assim fomos só dois destrambelhados muito felizes a fazer qualquer coisa parecida com dançar, mas isso pouco importa, porque o momento é que foi verdadeiramente importante. Um pequeno passo para o Mulo, um grande passo para a nossa felicidade! [E vocês aproveitem este meu lado todo meloso que não dura para sempre.]
(Para aqueles que duvidaram, eis a prova xD)
De resto, foi normal: gente divertida, muito bailarico, alguém meio distanciado dos outros a tentar estar sossegado, alguém bêbado, muito riso, muitas dores nos pés... acima de tudo muitas dores nos pés, e fui uma fraca, ainda mal tinha tocado nas entradas e já estava de sandália rasa...
Foi um dia maravilhoso, o melhor dia da minha vida, que terminou numa suite lindíssima com direito a um casal de cisnes e a um bom pequeno-almoço no quarto, umas horas depois! Se alguma vez vos disse para não se casarem, desdigo tudo: Casem-se e sejam felizes!
Gostava de vos ter mostrado fotos dos fotógrafos, com maior qualidade, até porque pedi algumas fotos específicas para o blog, mas parece que ainda vão demorar a chegar, por isso... Quem quiser ver mais fotos do casamento que esteja atento ao Instagram da Mula que em breve existirão novidades!
... E tapem os ouvidos, pela vossa saúde mental e auditiva!
Brincadeira, que vou ser branda convosco, que ao contrário do que nutro pelos meus convidados de casamento, eu nutro por vocês um enorme respeito.
Lembram-se da surpresa que preparei para o Mulo? Pois muito bem, vou desvendar, mas de uma forma bastante decente, que o mundo ainda não está preparado para a verdade verdadeira, nua e crua.
Cantei a Manta para Dois dos Deolinda, cuja letra subscrevo totalmente. Houve até, imaginem só, quem chorasse... Mas acho que era de dor, pela maneira como eu assassinei a música... Ainda assim, acho que valeu pela intenção!
Manta para Dois
Às vezes és bruto Rezingão, tosco, inculto Um insensível, um ingrato, um ruim
Rude e casmurro És teimoso como um burro
Mas, no fundo, és perfeito para mim
Ás vezes, também, eu tenho o meu feitio E sei que levo tudo à minha frente
E por essas e por outras Quase que nem damos conta Das vezes que Amuados No sofá refastelados Repartimos a manta sem incidentes
Às vezes és parvo Gabarola, mal-criado É preciso muita pachorra para ti!
Cromo, chico-esperto Preguiçoso e incerto
Mas, é certo, que és perfeito para mim
Às vezes, também, sou curta de pavio E respondo sempre a tudo muito a quente
E por essas e por outras Quase que nem damos conta Das vezes que Amuados No sofá refastelados Repartimos a manta sem incidentes
Às vezes, concedo Que admiro em segredo Tudo aquilo que não cantei sobre ti Mas o que em ti me fascina Dava uma outra cantiga Que teria uma três horas pra aí
Às vezes, também, sou dada ao desvario Mas vem e passa tudo no repente
E por essas e por outras Quase que nem damos conta Das vezes que Amuados No sofá refastelados Com os pés entrelaçados E narizes encostados Já os dois bem enrolados Brutalmente apaixonados Repartimos a manta sem incidentes
E por esta altura estou a rezar para que o noivo não se atrase, não se arrependa, e não tenha ficado a dormir. É nesta altura que conto com os amigos dele, para o colocarem no sítio certo, na hora certa, para que não passe a maior vergonha de todos os tempos.
Por esta altura, toda eu sou coração e tremeliques. Por esta altura, provavelmente irei andar a correr de 5 em 5 minutos para a casa de banho porque a minha bexiga, coração e mente são um só. Por esta altura, já me olhei ao espelho um milhão de vezes e toda eu sou insegurança e medo. Por esta altura, todos os medos vêm ao de cima: que o vestido caia, que eu me esborrache no chão, que a malta tenha decidido toda à ultima da hora não comparecer, que o espaço se tenha esquecido de nós e vá lá estar outra noiva e outro noivo para celebrarem, que o próprio noivo se tenha arrependido e fugido com uma eslovena que tenha encontrado pelo caminho, ou até que a conservadora tenha decidido tirar a tarde para passear. Preocupações muito racionais, portanto.
Sim... Neste momento, toda eu sou ânsias e receios. Mas... Toda eu sou felicidade!
Quando cá voltar, serei finalmente uma Mula casada - não mais ajuizada - e com um sorriso no rosto do tamanho do mundo, com mais um sonho cumprido.
Se não vier cá mais minha gente...
... é porque não aguentei a vergonha de ser deixada no altar - que não o é.
... é porque a passadeira não foi estendida e eu não me pavoneei à descarada sem véu nem grinalda por entre as minhas gentes.
Pode também dar-se o caso de o Mulo não ter culpa nenhuma, mas tanto medo e tremelique me ter feito parar o coração e ter conseguido chegar até si. Sou uma Mula forte mas de coração fraco.
Todavia, não se preocupem, devo estar bem, e logo logo estou de volta para vos contar tudo.
... com pontos de vista muito diferentes sobre a vida, sobre o mundo.
Ele gosta de cidade, eu prefiro o mar.
Eu adoro romances, ele prefere os técnicos.
Ele coloca a competência acima da simpatia, eu considero que falta de simpatia - de um sorriso - é por si só falta de competência.
Eu adoro o barulho, ele prefere o silêncio.
Ele não acredita que as pessoas podem mudar, eu acredito que qualquer abalo pode transformar uma pessoa.
Eu sou do lado dos funcionários, ele é do lado dos patrões - ainda que seja igualmente funcionário.
Eu prefiro massa e ele arroz.
Ele anda sempre atrasado, eu odeio esperar.
Eu sou curiosa, ele raramente faz perguntas.
Ele é dos números, e eu sou das letras.
Eu sou das que fala muito, e ele é do grupo dos calados.
São muitas as coisas que nos separam, o próprio estilo musical é diferente, a forma de ouvir as pessoas é diferente, a forma de amar é também diferente. No entanto, "muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa" e felizmente Rui Veloso é um ponto em comum.
E faz hoje 13 anos que nos juntamos, num pedido de namoro que nunca existiu, resultado de uma declaração tosca e de um abraço e um beijo que até agora não esqueço.
Treze anos assim, que só poderia resultar em casamento!... E amanhã é dia de celebrar este amor!
Porque hoje falamos de histórias, de personagens e de livros, e porque vocês já me conhecem bastante bem, e no fundo já conhecem tanto sobre nós, parece-me oportuno contar-vos a nossa história, digna de publicação numa qualquer revista cor-de-rosa, de como tudo começou. Agora que falta menos de uma semana para o casamento e as emoções estão à flor da pele.
Têm uma cadeirinha? Então sentem-se que a história é grande!
Eu e o Mulo conhece-mo-nos há muitos anos atrás, na rede da época, nada social, chamada carinhosamente de mIRC - abreviatura de Internet Relay Chat Client. Tinha eu na altura 11 anos e ele 14 e encontra-mo-nos no canal- assim se chamava - do concelho. Torna-mo-nos imediatamente amigos, e desde então todas as sexta-feiras falávamos duas horas. Sim, porque a internet que eu tinha em casa ainda ocupava a rede telefónica e por isso eu só estava autorizada a conectar-me às sexta-feiras das 22h às 24h. Uma preciosidade, e eu ficava a semana toda à espera daquelas duas horas que passavam a voar. Ele, por sua vez, não tinha internet em casa, e acedia a partir de um cibercafé.
Após para aí um ano de falarmos rotineiramente pelo mIRC, trocamos números de telemóvel e a partir de então falávamos praticamente todos os dias. Mas um dia o Mulo, literalmente, desapareceu. O telemóvel deixou de chamar, o nickname dele nunca mais surgiu no mIRC, nada. Esfumou-se totalmente sem qualquer aviso prévio ou notificação. Todos os dias eu tentava ligar-lhe mas nunca chamava e surgia logo a mensagem "o número para o qual ligou, tem o telefone desligado". Comecei a esmorecer e deixei de ligar diariamente, e passei a tentar semanalmente, e depois mensalmente... Sempre a mesma mensagem. Nada se alterava.
Até então éramos bons amigos, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, falávamos há mais de um ano com regularidade, eu sentia um carinho muito grande e obviamente que toda a insistência se devia a preocupação. Mas entretanto desisti... Sou chata, mas também tenho os meus limites.
Passados mais de dois anos, já eu tinha 14 anos e ele 17, numa ronda à minha lista telefónica voltei a olhar para o número de telemóvel dele. E fiquei com saudades, e pensei "porque não?" e tentei mais uma vez. Na altura namorava com um rapaz bastante mais velho que eu, que não me tratava devidamente, mas pelo qual eu era doida e por isso não me conseguia libertar.
Inacreditavelmente o telemóvel tocou. Fiquei tão perplexa que desliguei logo. "Já se passou tanto tempo que o mais provável é ele nem se lembrar de mim", era só o que eu pensava. Mas pelo sim e pelo não mandei-lhe uma mensagem a perguntar se ele ainda se lembrava quem eu era... E a resposta não tardou a chegar.
Claro que se fosse nos dias que correm isto era impossível de acontecer, à velocidade com que os números de telemóvel são reutilizados e atribuídos a outra pessoa, o mais certo era ter dado a volta a Portugal e estar atribuído, entretanto, a algum idoso pervertido que se iria aproveitar da situação. Não, os tempos eram outros, não se falava ainda de reciclagem de números, até porque muita pouca gente tinha telemóvel na altura, e o número era dele, e ele lembrava-se de mim, e a partir dessa altura voltamos a falar regularmente. Pediu-me desculpa, explicou-me que deixara de poder frequentar o cibercafé e que na mesma altura partira o telemóvel, não tendo forma de me explicar o que se tinha sucedido, mas que estava muito feliz por eu ter insistido, porque ele não tinha o meu número de telemóvel para me poder ligar, agora que tinha um novo telemóvel.
Sempre foi um grande amigo, esteve sempre lá quando eu precisei, e foi dos que mais me apoiou quando o outro gajo me trocou por uma gaja mais velha que eu, claro. Passei um bocado muito mau, deixei de querer ir às aulas, deixei de querer estar com os amigos e chorava de dia e de noite. Foram uns meses mesmo muito maus, mas ele esteve sempre lá, atrás de um telemóvel, atrás de um ecrã, mas sempre lá.
Um dia, já tinha eu 15 anos, o Mulo manda-me uma mensagem que eu nunca esqueci: "Estou muito chateado contigo." Assim, sem ais nem uis, nem mais explicação. Intrigada mandei de imediato a resposta: "Mas o que é que eu te fiz?" Ao qual ele acrescentou de imediato "Sei que já conheceste bastantes pessoas pela net, já nos conhecemos há mais de 3 anos e nunca me quiseste conhecer." Era efectivamente verdade, já tinha conhecido pessoalmente um montão de gente do mIRC, e estranhamente entre nós nunca se tinha proporcionado, nunca tínhamos falado sobre isso, e ele não morava assim tão longe.
Eu não tinha muita liberdade, normalmente quando conhecia as pessoas - rapazes e raparigas - elas vinham ter comigo à escola ou assim, porque moravam relativamente perto de mim, mas o Mulo morava mais longe e era mais complicado eu conseguir-me deslocar até à cidade dele, ou ele à minha. No entanto tive a oportunidade ideal: Tinha o meu bilhete de identidade a caducar - sim, isto foi no tempo da Maria Cachucha e ainda não existia o CC - e então precisava de ir à terra dele tirar fotografias para poder tirar o dito - que na minha terrinha não tínhamos estas modernices. Assim foi, marquei com ele depois das aulas na paragem de autocarro, levei CINCO amigos comigo - não fosse o diabo tecê-las - e lá o conheci. Ainda hoje tenho as fotos que tirei no dia que o conheci. Toda eu acne e cabelos no ar, calças com gancho pelos joelhos e... E só usei um top decente de rapariga porque tinha de ficar bonita nas fotografias - dentro do possível, que não havia milagres - toda eu berrava "afastem-se rapazes, que eu estou farta de vocês". Dizerem que eu era Maria-rapaz era serem simpáticos comigo... Dizerem que eu era rapariga era também um pouco insultuoso para a espécie. Era portanto, qualquer coisa no intermédio, mas claramente tinha o meu encanto.
Desde essa altura se percebeu que éramos muito diferentes, ele estava num embaraço que só visto, em todo o tempo que estivemos juntos ele quase não abriu a boca - tão diferente atrás de um computador... - eu totalmente o seu oposto, não me calei um só momento - preenchendo cada silêncio com o som da minha voz. Quando nos despedimos, voltei a encontrar-me com os meus amigos e fiquei com a sensação de que o encontro tinha corrido muito mal, que ele não tinha gostado minimamente de mim. E só isso explicava tamanho silêncio. Mas estranhamente, no dia seguinte perguntou quando me poderia voltar a ver. Ora, como precisava de ir buscar as fotografias - não... as fotografias também não saíam na hora! Irra que vocês fazem-me senti velha - pedi novamente aos pais dinheiro para o autocarro e lá fui eu toda pimpona buscar as fotografias. O Mulo pagou-me o lanche e estava bastante mais espevitado do que da última vez, e também bastante mais intimidador - já que não parava de olhar para mim e isso me deixava muito desconfortável.
Quando cheguei a casa nesse dia, reparei que pela primeira vez em muito tempo, eu já não pensava no outro. Pela primeira vez em muito tempo eu andava feliz da vida, já sorria e cantarolava como antigamente. Só que o Mulo voltou a desaparecer... Deixou de aparecer no mIRC novamente e não me respondia às mensagens. Lá fiquei novamente em sobressalto... Iria dentro de cinco dias num furo da tarde, tirar o bilhete de identidade, tinha mais uma oportunidade para estar com ele e ele não me dizia nada... Pensei "brincamos?" Ao fim de dois ou três dias, lá quebrou o silêncio. E pois que me manda uma mensagem toda confusa a dizer que sabia que eu gostava do outro, que sabia que não tinha nenhuma chance comigo, e que por isso era melhor nos afastarmos e coisas assim do género. Não compreendi nada, a minha inocência não me permitia perceber o que ele estava a tentar dizer e o meu pensamento foi: "pronto, não gostou mesmo nada de mim, está para aqui a arranjar desculpas para deixar de falar comigo, quando podia simplesmente dizer-me isso mesmo em vez de andar às voltas!" E foi isso mesmo que lhe disse, em dezenas de mensagens altamente irritada! Até que ele disse que não compreendia o porquê, mas que não conseguia deixar de pensar em mim... Que achava que estava a começar a gostar de mim e aí coisa complicou-se. Eu tinha acabado aquela relação há muito pouco tempo, estava muito magoada - apesar de ter apenas 15 anos, eu já vivia as coisas de forma demasiado adulta, e hoje tenho o afastamento necessário para compreender que efectivamente não eram coisas de criança, porque ainda são coisas que me magoam - e a verdade é que não estava disposta a passar novamente por tudo, até porque mal nos conhecíamos e não me queria estar a precipitar até para ninguém sair magoado, até porque eu gostava dele, mas achava eu que não gostava dele dessa maneira. Uns dias depois fui tirar o BI e fui então ter com ele, passamos o dia todo juntos, e as coisas acabaram por acontecer bastante naturalmente e quando nos beijamos eu percebi que o que eu sentia por ele não era apenas amizade. É verdade que ainda estava magoada, que o que eu sentia pelo outro era muito mais forte, mas senti que deveria dar uma chance ao Mulo, e parece que fiz bem, porque já lá vão 13 anos.
Todos os meus outros namorados - sim confesso que fui um pouco precoce nesta coisa dos namoricos e tive alguns antes do Mulo, apesar de ser tão nova - tinham surgido de paixões fulminantes de alguém que eu conhecia e imediatamente me encantava, ou que já me encantava antes de conhecer... Com o Mulo descobri que as relações não se começam apenas quando há purpurinas e borboletas à primeira vista, como eu achava que sim, que podem ser construídas tendo por base a amizade, o amor e a confiança. Fomos nos conhecendo, verdadeiramente, já enquanto namorados, e por acaso - mas só por acaso - resultou muito bem. Tivemos as nossas chatices, acabamos duas ou três vezes, mas o máximo de tempo que estivemos separados foi de uma semana. Cinco anos depois, tinha eu 20 anos e ele 23, saí de casa e fomos viver juntos, e agora 13 anos depois, vamos casar-nos.
Quando olho para trás e me lembro do medo de me precipitar, não tenho dúvidas: Sim precipitei-me, assim como me precipitei quando fomos morar juntos - nem eu nem ele tínhamos um trabalho seguro, e decidimos ir morar juntos por impulso no meio de uma discussão, e eu por orgulho depois não voltei atrás - mas... Sabem que mais? Ainda bem que me precipitei, porque se pudesse voltar atrás, precipitar-me-ia de novo, vezes e vezes sem conta, porque não há ninguém neste mundo que me faça tão feliz como o Mulo me faz!
Já escolhi as músicas para o casamento e escolhi cada música tão bem que agora choro sempre que as oiço! Oh céus, acho que o melhor é nem me maquilhar no dia...
[Só para que conste, Pássaros do sul sinalizará o final da cerimónia, e altura dos beijinhos e afins! Vocês vão lá estar comigo, ai vão, vão!]
Os meus últimos dias têm sido uma correria. Visitas a vários fornecedores - algumas -, envios de e-mails - muitos -, telefonemas - vários. Tudo para que o dia 19 de Junho seja memorável e como sempre desejamos. Ou como eu sempre desejei, vá, que isto do casório é um bocado como aquele poema da grande Florbela Espanca:
Li um dia, não sei onde, / Que em todos os namorados / Uns amam muito, e os outros / Contentam-se em ser amados.
Não que o nosso amor seja unilateral, que não é - pelo menos assim espero - mas isto do casamento é efectivamente unilateral, ainda que, tenho a certeza, no final, ele vai adorar tanto quanto eu. De qualquer das formas como fui eu que desejei casar, sou eu que, efectivamente, tenho as rédeas da situação e as decisões, ainda que tomadas sempre em conjunto, passam, maioritariamente por mim. Também sejamos sinceros, tenho muito mais tempo disponível que ele, para além de ter uma coisa que ele não tem: Disponibilidade durante a semana para andar para trás e para a frente.
(Tal e qual...)
Ora então vejamos o ponto de situação.
Convidados
Já recebemos a confirmação - e não confirmação - de todos os convidados. Conseguimos reunir o limite mínimo de pessoas para se realizar a cerimónia naquele espaço (weeeee), contando já com duas desistências assinaladas atempadamente. Esperemos que até lá não desista mais ninguém. A parte dos convidados é mesmo a parte que me dá mais dores de cabeça. Até porque há um grande problema: O Mulo não sabe o nome da família dele - dá para acreditar? - e então é mais ou menos isto:
Mula: Como é que se chama a tua tia?
Mulo: Ela é conhecida por X.
Mula: Está bem, mas qual é o primeiro e o último nome dela, para pôr nas mesas?
Mulo: Oh, isso não faço ideia...
Sim é isto. Estamos a convidar pessoas cujo o nome desconhecemos! Já daí se vê a proximidade que ele tem com a família. Mas adiante, que família é família e sou a primeira a promover os laços com a família alargada. Mas pronto, ando a receber os nomes das pessoas às prestações, isto até dia 19, deve estar toda a gente com nome no cartaz das mesas. A Mãe dele continua irredutível e continua sem querer vir ao casório, o que gera algum mal estar - mesmo que ele não admita. Eu acho, sinceramente, inadmissível tal situação, por nada deste mundo eu perderia o casamento de um filho meu. Mas isto sou eu, que devo ser muito conservadora.
Andamos às voltas com a colocação das pessoas nas mesas, e a minha vontade é dizer: "Olhem, sentem-se onde quiserem, é livre, que eu sou uma fofucha!" mas isso só ia gerar confusão... Por isso tenho mesmo de ser ditadora e decidir quem partilhará mesa com quem.
Alianças
Tudo encaminhado. Já as experimentamos - estavam a ficar lindas - e só a do Mulo é que teve de ser ajustada porque lhe ficava um pouco grande. As alianças foram feitas para nós, a pedido e à medida, fomos directamente ao fabricante e com isso poupamos literalmente uma pipa de massa. E serão mais ou menos assim:
São lindas, não são? Pois são o que eu sempre desejei que fossem. Ora bem, não sei nada delas à uns dias, mas suponho que estarão belas e amarelas no dia D. Não temos meninos nem meninas das alianças, serão os padrinhos que ficarão encarregues de as guardar e proteger até à troca das ditas.
Ementas
Escolhidas e aprovadas, ou mais ou menos aprovadas. Fomos buscar as ementas e vieram trocadas, e tivemos que lá voltar no dia seguinte para ir buscar as correctas, andamos a comer dois dias sem gastar um cêntimo e sem ter de cozinhar, isto assim são bons negócios. A comida do espaço é fantástica. Fizemos uns ajustes, e acabamos por pedir para trocar o prato de peixe, uma vez que julgamos que o que escolhemos - um folhado de salmão - não iriam agradar à maioria das pessoas. O bolo, um Red Velvet com molho de Vanilla Butter Cream, também provado e aprovado. Apesar de a decoradora estranhar, escolhemos uma decoração nua para o bolo, apenas com o molho e com muita fruta - frutos vermelhos - no topo, já que tanto eu como ele, não somos fãs de pastas de açúcar nem seus semelhantes.
Decoração
Não estava fácil reunir-me com a decoradora. Quando finalmente consigo marcar com a mesma, eu não consigo chegar a horas e falho a reunião. Ora mais uns dias e lá consegui agendar nova reunião. Está tudo em andamento. A senhora, uma senhora muito simpática - ainda que um pouco tia da foz - lá apontou os meus gostos e desejos e vamos a ver se no dia não me desaponta. Ainda que o espaço não precise de muita decoração, que por si só é lindo e airoso. Antes que perguntem: Não tenho tema de casamento e nem vou ter tema, não me faz sentido. Por isso as pessoas vão ser distribuídas pela mesa 1, mesa 2 e por daí em diante, e os tons serão em amarelo e branco - cor do meu bouquet, que será uma mistura de girassóis, como não poderia deixar de ser, e gerberas brancas. O bouquet está tratado e alinhavado com a madrinha de casamento dele, que já tratou e alinhavou com a florista. Estou tão ansiosa por vê-lo!
DJ
Até agora, todos os fornecedores foram muito acessíveis connosco, mas o DJ leva o prémio de Mister Simpatia e Acessibilidade. Nada peneirento, muito simpático, todo sorrisos e piadas como também é a Mula um bocadinho. Identifiquei-me muito com ele e por isso acho que esta parte da música, vai correr lindamente. Aqui confesso que é onde tenho mais medo. Tenho medo que a malta não dance. A começar pelo Mulo está claro, que esse só dançará após alguns - muitos - copos de vinho, e lá estarei eu, por isso, para o incentivar a beber. Como ele não dança, a abertura da pista será feita de uma forma muito invulgar, e aqui entro eu toda pimpona, que lhe vou fazer uma surpresa com a qual não ele não está mesmo nada a contar. Sou uma lamechas e uma pirosa nestas coisas do amor. Quando nos conhecemos eu escrevia-lhe poesia, cantava-lhe músicas escritas e compostas por mim, e por isso fazer-lhe-ei uma surpresa. O DJ achou a ideia bastante engraçada e já me está a ajudar na concretização da mesma. Depois conto-vos tudo, prometo. Mas... Shiuuu que ele não pode desconfiar!
Fotógrafos
Estamos a ter algum problema em conciliar os nossos horários com a disponibilidade dos fotógrafos, e só conseguimos marcar a sessão de solteiros na véspera do nosso casamento. Para o Mulo este é o maior stress, complemente contra esta sessão, e ainda por cima tão em cima do casamento, numa altura onde vamos estar muito nervosos, mas acho que até vai ser engraçado, uma vez que será realizada no dia 18 de Junho, dia em que fazemos 13 anos de namoro. Por isso acho que vai ser feita num dia importante para nós e por isso com outro significado.
Preparação da noiva
Sempre vai ser no Hotel, como sempre desejei, e finalmente consegui encontrar uma maquilhadora e uma cabeleireira de quem gostei. Como muitos saberão, já fiz o ensaio do penteado, que adorei, e não quis fazer a da maquilhagem até por uma questão de tempo, mas pareceu-me bastante profissional, por isso creio que não vou ter problema algum. O vestido está provado e aprovado, vou fazer a última prova no dia que o for buscar - 5 dias antes - para o caso de ser necessário fazer algum ajuste. Já tenho a minha lingerie e os meus bijoux para me embonecar. Já tenho a coisa azul, usada e emprestada - que curiosamente é uma só peça. Emprestaram-me a liga azul, que foi usada no dia do casamento dessa mesma pessoa. E... para a minha preparação, espero não me estar a esquecer de nada.
Noite de núpcias
Adoro dar presentes que eu também possa usufruir - sou fina, já deveriam de saber - e por isso a minha prenda de casamento para o Mulo, é a noite de núpcias. E não, não estou a falar de nenhuma posição extravagante do kamassutra, que eu já não vou para nova, e provavelmente vou estar tão cansada que quando chegar ao quarto só vou querer dormir. Falo-vos do hotel onde reservei a noite de núpcias. Num Hotel de 4* bem conceituado, bem no centro do porto, e a poucos quilómetros do local do casamento. Aluguei uma noite numa suite toda pimpona, nos pisos mais altos do hotel, com direito a miminhos e pequeno-almoço no quarto. Pelo que já estive a espreitar, a casa de banho da suite é quase do tamanho da minha sala, e por isso vale cada cêntimo que eu estou a pagar, que basicamente é todo o meu salário de meio mês - não é, mas quase - num só quarto, numa só noite. Mas... Noite de núpcias só há uma e eu quero que a minha seja memorável, e se não for pelas utilização do kamassutra que seja pelo conforto e pelas vistas cheias - que isto já se sabe, os olhos também comem.
Faltam por isso - espero - apenas os brindes, que a pessoa com quem tenho falado está de férias e só volta na sexta-feira, espero que esteja tudo a correr bem, e que possam ser entregues dentro da data prevista.
Por isso meninas casadas e divorciadas digam-me: Estou a esquecer-me de alguma coisa?
Tinha parte desta publicação agendada para depois do casamento, para agradecer um presente de casamento especial que recebi antecipado, há duas semanas, mas depois disto que aconteceu hoje, sinto que faz todo o sentido escrever todo este post novamente, com novas palavras, com muitas lágrimas - acreditem - e acima de tudo com um agradecimento tão grande que não cabe num blog. Porque há coisas que não cabem num blog. Eu, que até acho que me sei expressar mais ou menos bem, por palavras - pelo menos melhor do que com actos - estou sem palavras e creio que tudo o que eu possa dizer será sempre muito pouco. O que vocês fizeram minhas meninas e meus meninos, não tem preço.Nunca, em tempo algum, nem que eu viva mil anos eu vou esquecer isto que vocês fizeram. Estou ainda meia parva confesso - já sei, já sei, eu sou parva! E tendo em conta que eu hoje não dormi, olhem que me podiam ter matado do coração... Olhem que ele é fraco, estou a avisar-vos!
Li algures pela blogosfera fora que isto são só blogs e que por isso não se deveriam de levar tão a sério, que uma coisa é o que acontece na vida real, e que outra, completamente diferente é o que acontece aqui dentro, na blogoesfera.
Permitam-me que discorde. Isto não são só blogs.
Atrás dos blogs estão pessoas, boas e más, que nutrem quase inevitavelmente sentimentos por nós - bons ou maus - ou não fosse o lema do Sapo blogs com gente dentro. E para vos provar que isto não são só blogs, partilho convosco uma prenda de casamento, linda, que recebi de uma menina aqui dos blogs que infelizmente ainda não tive o prazer de conhecer na vida real, mas que nunca se tem esquecido de mim e que me tem mimado imenso desde que nos conhecemos por aqui. Falo-vos da Paula Lima que com muita pena minha deixou aqui o sapo e se mudou de malas e bagagens para o blogspot. O meu muito obrigada Paula Lima, que eu nem sei o que te dizer!
(Debaixo daquelas lunetas, estão, obviamente, as nossas iniciais.)
Todavia, e acreditando que a Paula até pudesse ser uma excepção à regra, a verdade é que alguém que alimente um blog diariamente não consegue fingir tanto e tão bem a sua natureza - boa ou má. Não é possível - imagino eu - alguém ter uma tão fantástica imaginação e converter-se no que lhe apetecer e ser por palavras alguém totalmente diferente do que é na vida real. Quer dizer... Isso é possível, mas tem um nome: Sociopatia, e não quero acreditar que me relaciono com um bando de sociopatas.
E... se forem sociopatas, deixem-me que vos diga que são umas sociopatas do mais fantástico que há! Que todos fossem assim!
Eu nunca fui uma miúda popular, nunca fui pessoa de ter muita gente a gostar de mim e a terem gestos muito carinhosos para comigo. Tenho algumas amigas sim, claro, também não sou um bicho do monte, mas não sou - acho que já vos disse - das que agarra, das que esborracha das que está sempre a dizer que gosta, e acho que a minha educação fez-me afastar um pouco as pessoas à minha volta, porque eu nem sempre sou simpática, porque eu digo sempre o que penso - mesmo quando não devo - porque não sou por vezes o que as pessoas esperam que eu seja. Mas... como escreve a Alexandra na sua dedicatória "(...) se isto que nos uniu para te surpreender não é amor, não sei o que é amor."E isto para mim é amor, no seu estado mais puro!Porque vocês - ou a maioria de vocês - não me conhece, não precisavam de o fazer para ficar bem na fotografia, não precisavam de o fazer para não parecer mal. Fizeram-no porque quiseram, porque sim. E estes actos espontâneos, aos quais não estou de todo habituada deixam-me sem palavras, deixam-me de lágrimas nos olhos e coração apertado. Porque eu que não sou de abraços, abraçaria cada uma e cada um de vocês com toda a força neste momento - calma, que eu uso umas pantufinhas fofas para os cascos não magoarem ninguém - e vocês estão todos tão longe... Por isso espero, de coração, que esta publicação sirva com um abraço bem apertado, como um beijo bem barulhento em cada uma das vossas bochechas - da cara obviamente, que eu sou Mula de respeito - e que sintam o meu agradecimento. Porque, e repetindo-me mais uma vez, não há palavras para agradecerem o que vocês fizeram, e o que vocês me fizeram sentir!
E... esqueçamos as palavras que não me vão levar a lado algum, porque como já repararam, não tenho jeito nenhum, e vamos andar aqui às voltas. Quero agora rebentar com as identificações do sapo! Cá vamos nós, que eu agora vou parecer aquelas senhoras que vão aos programas de televisão mandar beijinhos para a família que está no estrangeiro.
O meu muito obrigada à Caracol, que me disseram ser a mentora da ideia, e provavelmente a Dealer - da morada, seus malandros - cá do sítio. À Chic'Ana e à minha sardinha pequenina Little Miss pelos vestidos de noiva lindíssimos que me desenharam. Chic'Ana.. AMEI O VÉU! Agora até fiquei com vontade de levar véu na vida real; à minha querida Fatia que pactuou com tudo isto e ainda me orientou com o carteiro - Vêem como até para mim não sou boa? Querem me trazer uma prenda, e o que é que eu faço? Quero dormir... Sou mesmo uma mulher indecente!. Quero agradecer à Sofia por todo o carinho desde sempre; à Alexandra pelas palavras que me tocaram bem cá dentro; ao Silent Man que mentiu com quantos dentes tinha na boca a dizer-me que queria ganhar um carro, e que me ajudou imenso com isto do casamento, nem que fosse à distância, com os seus conselhos; à minha querida Vihque há muito é uma presença assídua no meu dia-a-dia; à Magdaque já tem idade para ter juízo mas que é pior que todas nós juntas, a sério, muito obrigada pelas palavras Magda - porque acredito piamente que as discussões também fazem parte; à Maria das Palavrasquer pelas palavras quer pelos mimões - é que aquilo ali em cima minha gente não são mimos nem miminhos, são mimões!!! - vamos aproveitar tudo o que temos direito; à Naycujo conselho vou seguir à risca; à Drama Queenpelas bonitas palavras e presença; à Ana Ritapor todo o carinho e palavras tão belas que me dedicou; à JPque mesmo de tão longe participou neste gesto tão fantástico; à Sou Toda Amorque me anima sempre com as suas palavras esteja onde estiver; à Girlque tem mais jeito para escrever o "o texto mais giro, fixe e fantástico do mundo" apesar de achar que não; ao Moralez que eu tanto tento irritar por gosto e que parece aqueles bonecos do sempre em pé, muito obriada Mór por tudo; à sua belíssima esposa, está claro, Psicogatamuito obrigada pelo carinho e pelas palavras; à minha stalker de serviço e super fofa Sara por ter feito a surpresa na loja com a Little, e por ter participado nesta verdadeira obra de arte, e confirmo, não é gay... ou se for, acredita que disfarça muito bem, que em 13 anos nunca dei por nada, ahahahahaha; à minha primière JustSmileque ajudou a desencadear alguns acontecimentos blogosféricos e a quem eu posso certamente chamar amiga; à Bruxinha grávida mais sexy da bloga, e eu também espero ter muitos mulinhos, mas com um feitio mais da Mula, se não for pedir muito; à Kikas pelas belas palavras que me escreveu; à Nervoso Miudinhopor ter embarcado nesta loucura e escrito tão belas palavras and the last one but not least, à minha querida Nathy, que me dedicou tão verdadeiras palavras e me ajuda a poupar na compra de livros Nathy muito obrigada!!
Tudo isto para vos dizer uma vez mais, que isto não são só blogs, e que eu sou a noiva mais feliz à face da terra, com um quadro lindo no meu móvel da sala, com postais lindíssimos com dedicatórias que me levaram às lágrimas! E todas as palavras deste mundo não são nada, para vos agradecer.
Sabem que mais... hoje apetece-me ser pindérica: Adoro-vos a todos e a todas! O meu muito obrigada por tudo!