São dois acontecimentos negativos na vida de uma pessoa mas...
Já pensaram?
Escrevam o vosso palpite nos comentários, antes de lerem o restante, e depois voltem cá para ver se estamos de acordo.
Já comentaram?
Hmmm... Vamos lá ver então.
A diferença está no que acontece a longo prazo. Ou seja, a longo prazo, no divórcio, aprendemos a estar sozinhos e cada dia que passa é cada vez mais fácil a nova condição. E dentro de um ano, dois, três, somos livres e felizes. Já no que toca ao desemprego... À medida que o tempo vai passando vai ficando cada vez mais difícil de aguentar. Se nos primeiros dias - até ao primeiro mês vá - até nos pode saber bem, tiramos umas férias, pomos as leituras e as séries em dia, após o primeiro mês começamos a desesperar e então se ficarmos um ano, dois ou três sem encontrarmos nada a probabilidade de termos de ir morar para debaixo a ponte aumenta exponencialmente e cada vez estamos mais presas porque não temos liberdade financeira para viver...
Ou seja, e resumindo, a longo prazo o divórcio liberta e o desemprego aprisiona.
Este fim-de-semana foi o fim-de-semana que escolhi para ir buscar - finalmente! - as minhas tralhas. Andei a adiar, a adiar, a adiar... Na realidade, andei a adiar o que é inadiável e finalmente ganhei coragem e lá fui.
Não vos posso dizer que tenha sido um processo fácil. Só a mentalização foi um bicharoco enorme, e entrar numa casa que outrora foi minha e que já não o é, não foi um bicharoco enorme, foi mesmo um monstro gigante. Não é fácil descobrir que a casa que outrora foi nossa está tão diferente, com coisas diferentes, com cheiros diferentes. Toda a casa é uma casa diferente. E não teria de ser de outra forma, mas não vos posso mentir: mexeu bastante comigo.
O outro grande desafio foi encontrar forma de trazer as minhas coisas, descobri que tinha muito mais tralhas do que imaginei. Lá se foi a minha lombar... Pareço uma velha, toda manca, toda torcida, toda entravada.
Fi-lo sozinha.
A mãe ajudou depois a carregar o carro, mas estive sempre naquela casa agora estranha, sozinha, e tantas lembranças com que me deparei. As nossas fotografias amontoadas no armário que outrora fora meu. Fotografias de momentos muito felizes. Fotografias são mais do que meras recordações... Fotografias são murros no estômago. E tantos murros no estômago que levei neste fim-de-semana.
Cheguei a casa e percebi que muita coisa ficou para trás, desde roupa, a calçado a tantos outros objetos. Ou seja, mais tarde ou mais cedo, vou ter de passar por um novo processo, desta vez mais simples, espero.
Agradeço-lhe o facto de me ter deixado fazer isto sozinha, teria sido muito mais difícil se ele estivesse presente.
Chorei. Não vos posso mentir. Chorei muito. Revoltei-me muito. Mil e uma coisas me passaram pela cabeça. Uma parte de mim agradeceu este momento, outra parte de mim arrependeu-se de todo o processo. Outra parte de mim revoltou-se com o facto de me estar a sentir arrependida porque sabe perfeitamente que é só pelo calor do momento e que nós já não tínhamos solução possível...
Fomos felizes. Fomos muito felizes...
... Mas deixamos de o ser.
Chegou a altura de fechar este capítulo e seguir em frente, e encontrar novos capítulos, novos desafios, uma nova vida.
Só lhe desejo tudo de melhor que esta vida lhe possa dar.
É impossível não olhar para trás e não questionar a certeza do caminho que traçamos. Do caminho em terra acidentado que traçamos. Dizem que o tempo suaviza o que aconteceu de mal e que enfatiza o bom. É possível que seja verdade. É por isso impossível não olhar para trás e não sentir saudades.
Faz dia 10, 5 meses que terminamos. Parece bastante tempo, mas 5 meses comparando com os quase 16 anos que estivemos juntos não é nada. Não é rigorosamente nada.
Se há dias que tenho a certeza e convicção da minha decisão, confesso que há dias em que as pernas me fraquejam e que não estou assim tão certa. Ou não fosse o futuro, um tempo carregado de "ses". Resta descobrir se estou com saudades do passado, ou com medo do futuro.
As saudades são um grande desafio. Acalmar o coração para ter a certeza de que não iremos fazer nada de que nos venhamos a arrepender depois, também. É fácil ir a correr quando fraquejámos e tentar reconstruir o castelo que derrubamos, mas não o podemos fazer, não assim, porque não é só a nossa vida que está em jogo. Não, quando no momento a seguir já temos a certeza da decisão que tomamos e queremos voltar a partir. É incrível como passados 5 meses ainda tenho uma balança que não sabe para onde pender...
Visto de fora é fácil: Existia uma rotina que não me satisfazia, uma relação que estava bastante aquém do que eu desejava e dois caminhos que insistiam em ir no mesmo sentido mas cujos desejos eram opostos. Visto por aqui o rompimento era inevitável. Mas depois há o outro lado: Não havia pessoas mais companheiras que nós, mais cúmplices que nós, mais resilientes que nós. E apesar disso tudo se perde.
Às vezes sinto que nos precipitamos demais, que apressamos demasiado a oficialização do divórcio. Outras vezes sinto que se não fosse há 5 meses atrás, era para o ano, ou para o outro ano, que a nossa relação estava condenada desde o momento em que eu passei a suportar o peso dos dois. Não é possível amar por dois, contrariamente cantado por Salvador Sobral. Não é possível... Eu sou a prova de que não é possível...
Apesar de tudo, o que também não é possível, é não olhar para trás e não sentir saudades. Não... Não é possível!
Mas também não é possível passar uma borracha em tudo o que foi dito e feito e fazer de conta que nada aconteceu. Muita coisa aconteceu. 5 meses é, apesar de tudo, muito tempo e muita coisa aconteceu de ambas as partes.
Resta-me olhar para trás, sentir saudades, olhar em frente e seguir o meu caminho. Temos os dois de seguir o nosso caminho. E isto sim, é um grande desafio: Seguir em frente sem armaduras, armas de fogo nem preconceitos.
Chegou aquela altura fantástica na vida de uma pessoa normal: Escolher os períodos de férias!
Esta altura sempre foi uma altura empolgante, marcar no calendário da empresa os dias que vamos querer gozar ao longo do ano, apontar no calendário depois de aprovadas, e começar a fazer contagem decrescente, qual presidiário que aguarda a sua liberdade.
É... É uma altura porreira. Expeto quando a nossa vida deu uma volta de 290º, já não somos adolescentes e os nossos amigos já estão todos casados e à espera de filhos, e não fazemos nem ideia de como vamos estar daqui a um mês, quanto mais daqui a dois ou daqui a quatro ou cinco. Fazer planos para um ano quando nem conseguimos planear uma semana é algo... Diria... Desafiante! Basicamente é como jogar à roleta russa: pode correr muito bem, pode correr muito mal, pode até nem correr. Corro sérios riscos de passar todas as minhas férias ali no Areinho - quem é do norte compreenderá, peço desculpa o regionalismo.
Assim como assim... Escolhi três períodos de Abril a Setembro. À falta de melhor, apanho sol na minha humilde e fantástica companhia, ainda que, e pensando bem, acho que vou colocar um anúncio:
Procura-se companheiro, ou companheira, de viagem, para relação seriamente descomprometida, com disponibilidade em Abril, Maio, Agosto e Setembro. Deve ser comunicativo, muito paciênte, gostar de ouvir música desde que o sol nasce até que o sol se põe, e desde que a lua nasce, até que a lua se põe e gostar de comer porcarias desde o acordar até o deitar. Competências de massagista serão valorizadas. Grata. Mula.
Eu que sou uma consumidora compulsiva - vá, também nem tanto assim - de redes sociais, descobri como as mesmas podem ser bastante nocivas e macabras. Não só nestas situações, mas essencialmente em situações de divórcio, as redes sociais dão mais trabalho que o divórcio em si.
Divorciar-me oficialmente foi rápido. Com hora marcada no registo civil, sentamo-nos leram lá umas palavras, fizeram-nos umas quantas perguntas et voilà saímos de lá divorciados. Mas o facebook não iria facilitar-me assim tanto a vida. Não digo que tinha 15 anos de fotografias no Facebook, porque só tenho Facebook desde 2007, mas 11 anos de Facebook é muito ano. E são muitas fotos publicadas em casal. Não as apaguei. Mas tornei todas as fotos em conjunto privadas e demorei HORAS! E para além de ter demorado horas tenho a certeza que muitas passaram e estão visíveis. Tudo bem. As coisas aconteceram. Há que aceitar.
O que me chateia realmente nem é isso confesso.
O que me tira mesmo do sério são as memórias! Nada passa ao lado deste "gigante social" e muito adora recordar-me fantásticos momentos outrora passados a dois.
Confesso que tenho uma grande vontade de simplesmente criar uma nova conta, mas isso simplesmente não me faz sentido, muito se perderia e não tenho esse interesse. Mas realmente o Facebook é um grande desafio para os divorciados e só quem passa por esta é que percebe como o dito tem um sentido de humor demasiado negro.
Quando saí de casa, saí num completo caos. Hoje, quase dois meses volvidos - como o tempo voa! Céus! - tenho outro tipo de calma, outro tipo de olhar sobre o que realmente aconteceu. Há vestígios do vendaval... Mas o coração está arrumado. Empoeirado... Mas arrumado!
Quando saí de casa saí com zero certezas. Saí com o cérebro de tal modo emaranhado que a única certeza que tinha era a de que me iria arrepender. A única certeza que tinha então, é a única dúvida que atualmente possuo. Hoje sei que tomei a melhor decisão. Não me arrependo. Estou certa, com a cabeça no lugar. Arrumei os cacos e apesar de ter a loiça toda colada e cheia de fendas, as coisas ganham forma, força e motivação. Não quer dizer que esse arrependimento ainda não possa realmente chegar, mas não agora. Acho que nunca estive tão certa, tão arrumada, tão segura. Confesso que acho este sentimento, esta segurança, assustadora, e até pouco normal, no entanto tem sido uma grande ajuda.
Não vos posso dizer que estou feliz. Ainda há um longo caminho a percorrer para ser feliz, mas estou, acima de tudo, em paz. Há dias bons e dias maus como sempre houveram dias bons e dias maus, só que agora sinto-me totalmente responsável por todos esses momentos. Sinto acima de tudo que é possível controlar a minha vida, os meus sentimentos. É bom sentir-me auto-suficiente, sentir que eu chego para mim, sem esperar que a paz, a tranquilidade e a felicidade dependam de outra pessoa, de uma palavra, de uma ação de outra pessoa. Acho que sempre foi este o meu grande problema: Eu nunca quis admitir, a minha capa de mulher segura não me permitia, mas... Era demasiado dependente. A minha tranquilidade dependia demasiado da tranquilidade da outra pessoa. Dependia demasiado de uma tranquilidade de uma pessoa muito pouco tranquila. Por isso sim, é bom saber com o que contar. É bom não esperar nada. Nunca pensei dizer isto, mas é bom não esperar nada, porque é bom por momentos saber com o que contar, assim, sem surpresas. Nem boas nem más. Sem surpresas. Saber que se chega a casa e não há nada... Nem zangas, nem discussões, nem expectativas.
Claro que é uma falsa "autossuficiência". Sem o apoio incondicional da mãe e dos amigos as coisas não estariam a correr tão facilmente. Sem eles provavelmente estaria encarcerada em casa deprimida e amarfanhada. Confesso que fiquei agradavelmente surpreendida com o apoio que tive. E posso dizer-vos que o apoio chegou até de onde menos esperava. Claro que também apanhei daquelas valentes desilusões de pessoas que eu considerava amigas e que nem uma palavra, nem uma tentativa de compreensão... Mas digamos que estou numa altura de limpeza e... Há que limpar bem a casa e todos aqueles que não interessam realmente, rua com eles. Estes acontecimentos dão ótimas limpezas... Tipo aqueles pratos com tudo o que está velho no frigorífico.
E é isto... Dizem que depois da tempestade vem a bonança e eu posso dizer-vos que depois do caos vem a ordem e cada dia que passa tenho a cabeça mais organizada...
... Agora só falta a coragem para ir buscar o que é meu a uma casa que já não é minha...!
Não sou das que beija, abraça e diz coisas bonitas. Não sou das que elogia, das que bajula. Não sou das que diz que tem saudades. Nunca fui. Nunca abracei porque sim, nunca pedi um beijo por estar carente, nunca liguei a meio da noite para a mãe por estar triste ou sozinha. E muito menos para as amigas. Com o Mulo era diferente. Tudo era fácil e natural. Eu abraçava quando queria, quando precisava, ou quando ele queria e necessitava. Com ele eu podia ser, e era, do tipo carente. Das que elogiava, das que bajulava, das que abraçava e dizia coisas bonitas. Com ele eu era romântica, sempre fui. Entreguei-me sempre sem reservas, podia atirar-me sem nunca temer bater com o nariz no chão. Despertou sempre o melhor de mim.
Também despertava o pior. Foi com ele que tive as piores discussões, foi a ele que eu disse as coisas mais atrozes. Foi com ele que fiz as birras mais violentas e foi com ele e por ele que eu mais chorei algum dia. Ele sempre teve a capacidade de me fazer chorar por tudo e por nada.
Ele conseguia despertar o meu melhor e o meu pior.
Acho que um dia mais tarde vai ser fácil alguém voltar a despertar o meu pior. Sou mau feitio por natureza, rebento com a mesma facilidade que um balão rebenta na presença de uma agulha. No entanto, não acho que vá ser fácil entregar-me novamente a alguém sem reservas. Não vai ser fácil alguém voltar a despertar o melhor de mim. Não vai ser fácil amar alguém e reconhecer a esse alguém que é amado. Não vai ser fácil beijar alguém com carência e abraçar enquanto admito que tenho saudades. Não vai ser fácil mostrar o melhor de mim baixando a defesa, recolhendo a guarda. Não vai ser fácil confiar ou voltar a ser carente. Descobri que a carência assusta as pessoas. Descobri que as pessoas têm medo de ter algo demasiado importante, demasiado valioso, demasiado frágil nas mãos. Têm medo que se parta... E por medo, deixam cair e acaba mesmo por partir...
Temo voltar a não conseguir ser eu sem reservas... Será que é possível ser-se feliz sem se ser inteiro?
Um dos meus maiores medos é de ficar sozinha. Não agora. Agora sinto que preciso de ficar sozinha, mas amanhã, quando acordar e achar que já chega, que preciso de mais, que mereço mais. Quando esse dia chegar será um dia normal, banal e igual a qualquer outro e estarei sozinha, mas deixará de ser normal, banal e igual, porque nesse dia eu não estarei sozinha porque quero, mas porque não há ninguém.
Há uma diferença abismal entre estar sozinha por querer ou por não ter opção. Essa diferença abismal mete-me um medo. Um medo que me paralisa e me sufoca a alma. Sofro por antecipação.
Agora a solidão é-me útil. Estive tanto tempo acompanhada que acho que me perdi por entre as palavras. Chegou a altura de me perder por entre os silêncios. Preciso desta solidão.
Mas assusta-me a solidão não opcional e vivo em crise.
Assusta-me aquela manhã, que irá chegar, em que eu acordarei à mesma hora, comerei o mesmo pequeno-almoço mas já não serei eu, novamente, como quando acordei e não era eu há dois meses atrás. Todos os dias o nosso eu muda e todos os dias somos diferentes, mas temo quando as diferenças nos obrigam a questionar, e nos obrigam a mudar e nos obrigam a tomar atitudes que moem, que doem, que fazem sofrer. Esta é a minha definição de solidão, a outra, a que vivo atualmente prefiro chamar-lhe de meditação. Porque a meditação faz bem e lava a alma, a solidão só nos apodrece e nos amarfanha.
Somos felizes fazendo os outros felizes. E se isto fosse suficiente? E se vocês gostassem mesmo muito de alguém e quisessem mesmo muito a felicidade dessa pessoa? E se soubessem que bastaria uma palavrinha vossa para que essa pessoa fosse feliz? Dir-lha-iam sem pestanejar, claro. E se essa palavrinha custasse a vossa felicidade?
E se pensássemos menos e vivêssemos mais?
Seríamos mais felizes se não pensássemos tanto e vivêssemos mais...
Pelos vistos os 30 são os novos 40 e não os novos 20 como me quis convencer. Talvez por ter saído demasiado cedo de casa, talvez por ter começado a namorar demasiado jovem, talvez por ter crescido demasiado depressa. Demasiado depressa...
Hoje com 30 anos não me conheço. Sinto-me totalmente em crise. Estou um verdadeiro caos. Sinto-me num barquinho pequenino no meio do oceano, perdida, sem saber qual é o norte ou sul, sem saber se vivo ou se morro. Tenho tanto medo de voltar a este buraco... Sinto-me a cair lentamente... lentamente... lentamente...
Mas eu disse que o tempo estava a terminar... Ao longo deste último ano, talvez dois, eu sentia o tic tac na minha cabeça. Tic tac... Tic tac... Silênciei-o durante meses, consegui viver feliz durante meses e agora a bolha rebentou.
Saí de casa. Regressei a casa da mãe e estou a viver uma realidade paralela como se tivesse voltado a ter 15 anos, como se voltasse a ser menina pequenina, menina da mamã. Voltei ao meu quarto de miúda, e a ter a minha mãe a descascar-me a fruta...
Sim... Saí de casa. Abandonei o homem que amo, a casa que eu cuidei ao longo destes últimos 4 anos, o meu piolho, e as minhas coisas. Saí com meia dúzia de peças de roupa numa mala e alguns pertences essenciais. Deve ser o karma: Sempre brinquei que a Carolina Deslandes um dia teria de explicar que não foi para a vida toda e afinal o meu Happily ever after! é que não aconteceu.
Mas aconteceu alguma coisa? Neste momento? Nada! Não aconteceu nada... Não nos chateamos nem nos traímos. Nada! Estranhamente estávamos a passar por uma das melhores fases da nossa vida - que sucedeu uma das piores fases de sempre da nossa vida - e um dia eu acordei e simplesmente achei que não era isto que queria para mim, ou simplesmente deixei de saber se é isto que quero para mim. Como é irónica esta merda desta vida. Um dia temos certezas de tudo e um dia acordamos e não há certezas de nada... De rigorosamente nada. Um dia temos uma vida estável, um sofá e uma mesa pronta para sentar, e noutro dia temos tudo baralhado e quando olhamos em frente só vemos dor, mágoa e sofrimento. Não foi isto que imaginei para mim...
Estou em sofrimento. Dirão vocês que fui eu que escolhi isto e que deveria de estar feliz mas não estou. Eu na realidade não escolhi nada disto, não sei como aconteceu, e de repente só vi os pés a fugir-me do chão.
Estou um caco, tenho a minha cabeça numa grande confusão: Uma parte de mim quer voltar, outra parte de mim não se quer mover. Parece que de repente me fixei em tudo o que ele fez de mal, em tudo o que ele não me compreendeu ou respeitou. Parece que de repente me fixei em tudo o que ele me magoou, quando ele sempre me fez mais bem que mal... E depois quando o vejo... Só me apetece abraçá-lo e esborrachá-lo contra o meu peito... Mas ainda assim não quero voltar... Sinto que queremos, e sempre quisemos, coisas muito diferentes. Acho que de repente as diferenças começaram a sobressair demasiado. Simplesmente não consigo voltar... Não agora...
E sei - e apetece tanto bater-me por isso - que quando souber o que quero e que quero voltar, que terei a porta fechada e aí espero ter-vos desse lado a dizerem-me porque eu vou merecer: Bem feita!
Só gostava de acordar deste pesadelo... provocado por este novo eu que eu desconheço quem seja.
Procura-se Mula... Dá-se recompensa a quem a encontrar...