Queria muito ter ido ao deserto. Há quem diga que ir a Marrocos e não ir ao deserto é como ir a Roma e não ir espreitar o Vaticano... Mas a viagem não foi assim tão longa para dar para tanta coisa e tivemos de fazer opções e tendo em conta o tempo, o calor imenso, optamos por ir às cascatas em vez de sermos cozinhadas no areal quente.
Por isso, escolhemos ir às Cascatas de Ouzoud no penúltimo dia. Apesar de nesse dia as temperaturas ultrapassarem os 40ºC, a verdade é que escolhemos o melhor dia porque o dia amanheceu cinzento e apesar do bafo quente, o sol não nos cozinhou, só nos derreteu...
A caminho de Ouzoud
Ouzoud fica a 3 horas de Marraquexe, numa viagem longa por estradas desertas por entre as montanhas que nos mostrou bastante a pobreza do país. Vi gente no meio das montanhas a dormir, vi crianças a caminharem sozinhas pelas estradas sem nenhuma vila nas proximidades. Vi crianças numa manifestação que mesmo não entendendo o que diziam pareciam lutar pelos seus direitos. Rapazes e raparigas unidos na luta pelos seus direitos. Vi muita gente sentada na beira da estrada sem ver uma única casa em muitos, mas muitos quilómetros... Vi camelos nas montanhas... ao longe... Vi muita miséria e o meu coração não ficou indiferente. Sem dúvida que vivo num país privilegiado, com acesso a bens e serviços que tomei ao longo da vida por adquiridos e por isso esta viagem, mais do que qualquer outra, foi uma bofetada de realidade, de uma dura realidade.
A manifestação
Após 3 horas, finalmente chegamos a Ouzoud - que significa azeitonas, em berbere, devido às imensas oliveiras que rodeiam a montanha - nas Montanhas do Atlas Médio. Passar de uma carrinha com ar condicionado fresquinho para um ambiente de mais de 40ºC é terrível. Senti que a minha alma me saiu do corpo naquele choque.
O cineasta Martin Scorcese gravou cenas do filme Kundun (1997) no Kasbah Du Toubkal, primeiro hotel local, inaugurado em 1995. Este hotel situa-se mesmo na entrada do trilho para as Cascatas de Ouzoud.
Praia fluvial antes de descer para as cascatas. Normalmente as águas são cristalinas, mas como tinha chovido bastante no dia anterior, as águas estavam lamacentas.
Interpretamos mal as excursões, e achamos - ou eu achei, vá, que fui eu que comprei, admito a culpa - que para podermos fazer a viagem de barco - não sei se barco será o termo correto... mas assumamos que era um barco - que teríamos de fazer a caminhada por entre os montes. Que grande burrice. Poderíamos ter ido à viagem de barco e visto os macacos sem termos de andar por entre montes ermos e escorregadios com zero proteção.
Entrada pelo trilho mais longo cuja única medida de proteção era esta correntinha...
Pelo trilho... Não vale tropeçar!
Pronto, já começaram as críticas, pensam vocês. Mas a verdade é que o caminho é perigoso, pessoas caíram - eu só não queria ser a primeira, mas depois dos ingleses terem caído já estava por tudo - e o caminho tinha zero vedação ou amparo, e um passo em falso poderia levar-nos para mais perto de Alá e Maomé. O guia ficava muitas vezes entre nós e a falésia para nos proteger, apoiando-se apenas num ou outro rochedo. Não li relatos de alguém ali ter morrido nalguma excursão, mas se tivesse lido a verdade é que não me chocaria, porque estranho é que nunca tenha acontecido nenhum acidente.
As vistas em todo o percurso são de cortar a respiração. É incrível!
Como tinha chovido no dia anterior as cascatas estavam lamacentas, mas diversas fotos por essa internet fora provam que as águas normalmente têm um aspeto cristalino, convidativo a banhos. Não foi o caso, tivemos azar, ou talvez não tenha escolhido assim tão bem o dia, poderíamos ter sol e águas cristalinas para molharmos os pezinhos e refrescarmos a nuca, mas não se pode ter tudo.
As cascatas de Ouzoud têm uma altitude e 110m e são as segundas maiores cascatas de África, ficando apenas atrás das Victoria Falls no Zimbábue. Demoramos cerca de 1 hora, 1 hora e pouco até chegarmos à base das cascatas para o passeio de barco, já incluindo com a pausa para um belo sumo de romã, natural, espremido na hora.
Bendito sumo fresquinho de romã
Depois da pausa para o suminho fantástico, continuamos a descer... Desce, desce Mula! Descemos até à base das cascatas para um passeio de barco diferente para apreciarmos de perto... Bem de perto... As Cascatas!
O barco
O belo do passeio, onde o guia quase nos enfia debaixo da queda de água que parecia pouco macia - no sentido de doer, provavelmente, se levássemos com ela em cima directamente!
Depois do passeio alucinante de barco, onde ninguém permaneceu seco, por opção e diversão do próprio guia, fomos encaminhados para o restaurante onde poderíamos degustar couscous, tangine ou então - o que eu escolhi - as típicas espetadas de frango com batata frita.
O almoço nas montanhas
Depois do almoço, comigo a temer ter de subir tudo novamente - porque já se sabe, que quando se desce, tem de se subir... - descobrimos que existia um atalho bem menos ermo, alcatroado, com degraus, comércio e... macacos! Se lá voltar, claramente será o curso que escolherei, apesar de se perder imensa perceção da altitude, mas digamos que é uma experiência para uma vez na vida.
Ólha ó passarinho, macaquinho!
Sempre curiosos...
Tranquilos no meio dos humanos.
Os macacos pareceram dóceis, ainda que nos tenham avisado que se eles nos abraçassem para não o fazermos de volta porque poderíamos ser surpreendidos com uma dentada de pouco amor. Os macacos estavam completamente livres, andavam soltos pela montanha e eram atraídos pelos guias e pelos visitantes com amendoins, que claramente adoravam. Quem me conhece sabe que eu tenho medo de macacos, por isso fui-me mantendo afastada e admirando-os à distância, e deliciei-me com a interação entre eles e os humanos, tão amistosa. Uma senhora inclusive caiu nas graças de um e o seu escalpe não escapou de ser catado.
Sempre a aguardar por mais um amendoim...
Aqui, em Ouzoud, os comerciantes são totalmente diferentes dos comerciantes da Medina de Marraquexe. Podíamos ver os produtos à vontade, não nos bombardeavam com perguntas, e pudemos ver produtos típicos com toda a tranquilidade, o que obviamente me agradou bastante.
Terminada a excursão... Mais 3 horas até à Medina...
Nesse dia caí na cama e não me lembro se quer de sonhar!
A Mula não é boa da cabeça, isso já todos vocês sabem. O que talvez não saibam é que se relaciona com pessoas piores que ela. E foi assim sem perceber muito bem como, que a Mula foi arrastada para uma sessão de meditação com taças e gongos tibetanos a um sábado à noite.
O que é isso? Não sei, que eu também não vi, mas olhem que senti... Ó se senti, e só vos tenho a dizer bem. Mas adiante.
Duas malucas foram assim meditar para cascos de rolha com coisas que vêm de tão longe, e tenho-vos a dizer que quase foram ouvir uma palestra do Reino de Deus... É que para a Mula Rua, Travessa, Parque é tudo a mesma coisa e fomos parar ao fim do mundo errado. Mas lá demos com aquilo. Chegamos atrasadas, é facto, mas em nossa defesa não fomos as últimas e isso, por si só já me alivia os ombros - convém, já que para relaxar também é preciso relaxar o corpo, nomeadamente os ombros.
A verdade é que estou nesta onda da meditação. Já o faço em Pilates - em certa medida - mas não é suficiente. Mais do que estar na onde é mesmo o precisar, tanto que estou a equacionar treinar-me para o conseguir fazer em casa no silêncio do lar - se os gatos permitirem, pois claro, já que somos meros servos da classe felina - e treinar a mente para me auto-acalmar, para relaxar, para ver se não fervilho tanto no dia-a-dia. Isto não está fácil minha gente, não anda mesmo nada fácil. Se eu fosse a pipoca dos blogs, já estava frita, mas daquelas más, que têm o milho na mesma inteiro no interior, sabem? É isso, enfim, não ando na minha melhor fase, e tenho estado interessada em meditação e até já fiz um workshop de mindfullness e tenho lido sobre isso e estado em alerta sobre o tema. Mal também não faz, não é verdade?
Assim, e apesar de achar estranho à partida, fui a um concerto meditativo com taças e gongos tibetanos. Não deixa de ser estranho estar numa sala de um edifício que não conhecemos, às nove da noite, com pessoas que não conhecemos, e deitarmo-nos num espaço que não conhecemos com umas mantas e almofadas que não fazemos ideia onde andaram mas... a experiência é brutal. Os sons, as vibrações, tudo tem um efeito incrível no corpo, na mente... Primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Relaxa, efetivamente aquilo relaxa.
Pena que alguém lá no grupo tenha relaxado de mais e aproveitado para tirar um cochilo e tenha roncado como se não dormisse há meses... E aí entornou-se o caldo na Mula, que não há ansiedade que resista ao ressonar de alguém. Acho que nunca vos disse, mas sou altamente sensível a sons, para o bem e para o mal, e se os gongos tibetanos causaram um bem estar único, que nunca imaginei, o ressonar de alguém conseguiu estragar toda a tranquilidade atingida. Apesar desta parte não ter corrido tão bem, tenciono repetir a experiência e recomendo mesmo a experimentarem. Se têm dúvidas... pela personagem que adormeceu podem ter a garantia de que realmente saem da sessão relaxados.
Para quem não sabe - eu também desconhecia - as taças tibetanas têm diferentes tamanhos que emitem diferentes vibrações e sons - notas - que tocando determinadas melodias, podem trabalhar diferentes problemas e questões. Na nossa sessão foram trabalhados os medos e a ansiedade e posso dizer que é algo realmente incrível. As taças são usadas à séculos com fins curativos, já que os sons purificam o ambiente despertando o poder curativo do corpo através da terapia do som.
De acordo com o que pude investigar a terapia do som tem uma série de benefícios, entre eles: Permitir um estado de relaxamento mais profundo o que potencia um maior domínio sobre os problemas e preocupações pessoais; potenciar o desbloqueio energético devolvendo ao corpo e à mente uma sensação imediata de bem-estar e tranquilidade, o que permite a longo prazo melhorar a estabilidade mental, a concentração e a capacidade de ação e de reagir perante um determinado problema; e como potencia o bem-estar, aumenta a autoconfiança e reduz a ansiedade do dia-a-dia.
Como vêm benefícios não faltam e a Mula sobreviveu, por isso mal também não faz.
Alguém já experimentou? Alguém que queira partilhar a sua experiência? E meditação no geral?
De x em x tempo encontro alguém nesta vida que me quer matar. E não, não ando a ver demasiados filmes de ação e de bandidos. Simplesmente encontro gente parva, sem noção que me coloca de alguma forma em risco. Tipo o professor de TRX - brincadeira! -, ou o senhor que decidiu assaltar-me na brincadeira. Desta vez a situação aconteceu em Palma de Maiorca e o meu único alívio é que se morresse ali, já seria no pós-férias, não teria mais de voltar ao trabalho e até morreria feliz, minimamente bronzeada e de alma leve.
Apanhei um táxi do hotel para o Aeroporto, pelo que percebi não havia nenhum autocarro direto da zona onde eu estava para o Aeroporto e andar a fazer transbordo de malonas na mão não é confortável, por isso optamos pelo mais simples, até porque lá infelizmente não há uber, e pedimos ao hotel que nos chamasse um táxi.
Chegou em menos de 5 minutos, aqui foi fantástico, entramos, o senhor também parecia simpático, tentou fazer alguma conversa, mas não estávamos muito faladores por isso acabamos por fazer a maior parte da viagem em silêncio. O horror aconteceu quando chegamos à autoestrada. Eram 18h, como é habitual em qualquer parte do mundo por volta desta hora, o trânsito estava intenso, e o senhor simpático transformou-se, a condução que até então era suave virou grosseira, acelerava com o trânsito parado e por diversas vezes íamos batendo no carro da frente porque o homem em vez de olhar para a frente olhava - sei lá eu porquê - para o lado... Da primeira vez, se não fosse eu a berrar o homem teria mesmo batido no carro da frente. A juntar a todo este cenário fantástico e maravilhoso ainda foi todo o caminho a dizer palavrões, e que "ah e tal não entendia o motivo do trânsito, porque não haviam acidentes!" Como é que ser seis da tarde não é motivo suficiente para existir trânsito? Como é que alguém que vai a servir outros, vai o caminho todo a resmungar e a dizer palavrões? Não têm noção mas eu fui a rezar a todos os santinhos para chegar o mais depressa possível, para o quanto antes sair daquele cenário de horror!
É por estas e por outras que eu em Portugal já não ando de táxi.
Como eu gostava de ter uma aplicação para avaliar pessimamente o homem que nunca mais deveria de exercer nesta vida, vida de taxista.
Hoje passei pelo que foi o meu instrutor de condução.
Lembrei-me do quanto o odiava e creio que ainda hoje, passados 8 anos, ainda o odeio. Já vos tinha dito que era uma chorona, não já? Pois bem, ele punha-me com uma tal camada de nervos, que não havia aula em que não chorasse. Ir para as minhas aulas de condução era um inferno tal, que até cheguei a faltar - e faltando, perdia o direito à remarcação daquela aula. Uma vez levei o Mulo comigo, a ver se a coisa melhorava, e assim percebi que se queria ter uma aula sossegada sem gritos nem discussões, tinha de levar alguém comigo. Que quando ia acompanhada, era "um amor de pessoa". Ainda hoje me pergunto porquê.
A verdade é que, por tudo isto, não foi com este sujeito imbecil que eu aprendi a manobrar o carro. Foi graças ao Mulo que eu hoje tenho carta e sei conduzir minimamente bem. O Mulo ensinava-me a conduzir e a estacionar, numa espécie de futura urbanização, à noite, de madrugada. Fez o que pôde e o que não pôde, e tirei a carta à primeira. Mas se calhar é graças àquele besta que ainda hoje não consigo gostar de conduzir, e que ainda hoje acho que não tenho jeito nenhum para estacionar, e é um "bico d'obra" se me perco por locais desconhecidos...
Com esta má experiência concluo que: Há pessoas que não têm a mínima sensibilidade para ensinar, e que as primeiras experiências marcam-nos para a vida!
Ela hoje fez, mesmo a calhar, um post sobre dietas. Descobri que temos muito em comum. Eu, tal como ela, prefiro deixar de comer, a perder a minha honra, e como eu disse que ia ficar mais magra, eu vou ficar mais magra!
Hoje foi dia de ir a nutricionista, amanha será dia de fazer avaliação física, e na quarta já estou cansada... espero que no meio disto tudo, ainda sobre algum tempo para fazer exercício físico, que já estou cansada só de pensar!
Onde é que eu ia? Ah sim, hoje fui à nutricionista, e o gabinete da xô Doutora, fica dentro da sala das máquinas, por isso consegui perceber que, há coisas que nunca mudam, mesmo que mudemos de ginásio:
Continuam a existir pessoas que passeiam pelo ginásio a beberem água com se estivessem mesmo muito cansadas. Dos 10 minutos que estive à espera, apenas vi essa dita pessoa, a beber água e a passear de máquina em máquina sem lá sentar o cu e puxar um pouco de peso...
Há pessoas, que parece que estão a fazer um esforço desgraçado, mas olhando para o número de quilos, percebe-se que é tudo treta...
Há pessoas que aproveitam e vão ver séries para o ginásio, (eu incluída, 'tá?) e estão mais concentradas no que se está a passar na televisão, do que com o que estão a fazer...
E isto só enquanto estive 10 minutos à espera de ser vista pela xô Doutora, fará quando passar uma hora lá dentro... txiiiiii!!!! Só pérolas.... cheiram-me a pérolas!
Hoje, dia 4 de Outubro, é o dia Mundial do Animal, não daqueles animais em quem votamos - ou não - hoje, mas dia do animal de quatro patas, ou duas - no caso dos pássaros - ou nenhuma - no caso dos peixes. Hoje é o dia de todos os nossos patudos e patudas, e por isso venho falar-vos de um assunto sério, no que toca a animais de estimação: Devemos ou não adotar um outro animal, quando o nosso segue viagem para outro mundo?
Em tempos, estive a conversar com uma senhora idosa, que mora perto do local onde trabalho, e ela desabafava que tinha muitas saudades da sua cadela, que morreu no início deste ano. Esta senhora, tem agora uma cadela bebé, de porte pequeno, muito irrequieta, e com uma necessidade de atenção enorme. Esta senhora dizia-me que quanto mais olha para esta nova cadela, que apesar de gostar muito, mais sente saudades da outra, que era totalmente o oposto: muito sossegada, quase não fazia asneiras, bem obediente. Conclui assim que quando esta senhora adotou a nova cadelita, procurava suprimir a faltar que a outra lhe fazia.
Só porque hoje estou nostálgica. Só e apenas por isso!
Há vários anos que andava a namorar uma máquina da Dolce Gusto, mas como tinha uma Nespresso achava parvo comprar uma outra máquina de café. Só que na verdade, eu não sou nada apreciadora de café, bebo - mais por necessidade do que por paixão - mas não gosto propriamente.
A minha paixão é mesmo o chocolate quente. Adoooooro um bom chocolate quente e nunca gostei dos que fazia em casa, no fogão. E assim estabeleci uma relação de amor proibido com estas máquinas - a verdade é que era uma ardida, e estabeleci amor com qualquer máquina da marca, nunca importou se era automática ou manual -, eu não as podia ter, mas fazia-lhes olhinhos. Mas quando um amor é forte e verdadeiro, não há barreiras que o consigam impedir de proliferar, e quando vi esta máquina, com 50% de desconto, disse "é agora ou nunca", e o agora venceu... weeee! Agora, fiquei com mais vontade que o inverno chegue, porque as minhas noites vão ficar mais quentes e doces.
No inverno, quando ainda andava na faculdade, quase todas as noites, no último intervalo, eu, juntamente com outras colegas, bebíamos um chocolate quente para nos adoçar a alma. Acho que nunca vos disse, mas estudei em pós-laboral, e fui durante muito tempo trabalhadora-estudante e sempre fiz parte do lote de meninas - sim, porque a minha turma era praticamente só de meninas - que ia às aulas, até porque, contrariamente ao que os alunos dizem habitualmente, eu adorava as aulas, sempre gostei de ir às aulas desde que não fossem de matemática, claro!
Como facilmente imaginam, por trabalhar de dia e estudar à noite, os meus dias eram cansativos, e parecia que aquele chocolate quente, diariamente, por volta das 22h30, conseguia fazer milagres. Agora, quando beber o chocolate quente da minha nova máquina, que por acaso sabe quase igual ao que bebia na faculdade, vai ser um chocolate quente com cheirinho.... cheirinho de saudades dos tempos que já não voltam... Ou seja, a minha máquina nova é mais que uma máquina de café, é uma espécie de máquina do tempo. Só é pena produzir memórias tão caras, que o preço das cápsulas.... jasusss. Se tivesse café à porta de casa, quase que compensava ir lá! Mas pronto, estou feliz :D E quando precisarem de me oferecer uma prendinha, já sabem o que dar: resmas e resmas de caixas para fazer chocolate quente! ahahaha
Não sou gaja para andar aqui a fazer estas coisas das publicidades, até porque não sou paga para o fazer, mas eu precisava mesmo de partilhar esta minha "imuçoum" convosco! E pronto é isto... uma boa noite a todos!
Uma das imagens que tenho da minha mãe a colocar o sal na sopa é a de molhar as pontas dos dedos na panela, de modo a limpar o restinho de sal que fica nos dedos, quando estes estão húmidos. É-me impossível, não há forma de não me queimar, e nunca a vi queixar-se.
2. Os bolos
É praticamente impossível fazer um bolo que a minha mãe faça de cor. E vou-vos explicar, reproduzindo a conversa:
- Mãe, podes-me dar a receita daquele bolo que fazes bastante húmido, de laranja?
- Mas... não fazes ideia das quantidades? Em chávenas, ou em gramas, ...
- Não filha, não faço, é que depois também depende do tamanho que queiras o bolo...
Como podem ver, não é uma tarefa exequível, porque não é "pões para lá...", isso no meu dicionário não existe. Mas a verdade é que os bolos dela são sempre muito bons... se calhar é isso, é feito com amor em vez de quantidades...
3. Os cozinhados
Na cozinha da minha mãe os pratos saem sempre maravilhosos - desde que trabalha no restaurante, saem um pouco salgados, mas maravilhosos na mesma - nunca a vi esturricar bifes, queimar arroz, esborrachar um ovo. Da minha parte... já queimei tachos, já deitei refeições integralmente para o lixo porque me esqueci delas no fogão e esturricaram... enfim! Uma panóplia de desastres que nem vale a pena enunciar. Posso vos dizer, que levei 7 anos para aprender a fazer uma omeleta... é que por mais que ela me explicasse, as minhas omeletas saíam sempre ovos mexidos...
4. O arroz
Aprendi a fazer arroz com a minha mãe, usei inclusive, durante anos, o arroz que a minha mãe usava e incrivelmente o meu arroz nunca fica com a cor do dela, com a consistência do dela, com a leveza do dela...
5. Timing
A minha mãe tem uma capacidade incrível de preparar tudo de modo a ficar tudo pronto ao mesmo tempo... Comigo, quando faço pratos que combinem vários elementos em separado, nunca consigo acertar no timing e há sempre uma coisa que fica à espera da outra... até que a que está pronta à mais tempo fica fria. Essencialmente quando falamos de batatas fritas!
Mas por sua vez, consigo ser igualzinha a ela na bagunça a cozinhar, na javardice pelas paredes, armários e na quantidade de loiça suja. Afinal, quem sai aos seus não é de Genebra - como eu uma vez li!
Lembram-se quem me disse esta brilhante frase? Quem não sabe sobre o que estou a falar, e quiser saber, pode ver no meu post sobre a aventura que foi ir às boutiques da baixa do Porto, mas de qualquer das formas, irei fazer um pequeno resumo, para os mais preguiçosos. Vou ter um casamento no próximo fim-de-semana e fui comprar roupa e calçado adequado para a ocasião. Após comprar o vestido - preto - decidi que para cortar a escuridão que iria levar vestida, que queria comprar uns sapatos, ou umas sandálias vermelhas. Fui a várias sapatarias, aqui no Porto, e vermelhas só encontrava chinelos de dedo e sabrinas, e não era bem o tipo de calçado que o vestido exigia.
Já estava quase a desistir, quando encontrei uma última sapataria, mesmo na rua onde trabalho, com mas lindas sandálias vermelhas em pele, fabricadas em Portugal - sim, eu dou muito valor a estas coisas, e fiquei altamente chateada, quando vi em casa, que o vestido caro que eu comprei é nada mais, nada menos que fabricado na RPC, enfim... põem boutique no nome e podem vender chinês a preço de italiano - , e pensei "naaaaa eu não aguento em cima destes saltos nem cinco minutos" e dirigi-me à vendedora para perceber se existiriam outros modelitos vermelhos. Aqueles e uns sapatos bicudos - feios que doíam - eram os únicos de que dispunha, e com as suas artimanhas de vendedora, lá conseguiu despachar as ditas sandálias vermelhas, dizendo-me "Tem uma semana para treinar".
Pois muito bem, como menina bem comportada que sou, levei a sério as suas palavras e iniciei os treinos hoje. Posso-vos adiantar que descobri uma coisa gira acerca dessas sandálias: fazem-me um cu bem jeitosinho... até penso que se calhar a ideia não será eu emagrecer, será eu aprender a andar de saltos (maybe not).
Bem, mas continuando, percebi afinal que não são tão ruins de andar - por serem bastante compensados -, e é possível que não vá fazer figuras tristes para o casamento de um dos meus melhores amigos... Até tentei dançar a "Macarena- há que ir ensaiando, não é verdade? - e até à parte do salto, corre tudo bem... Mais uns dias de treino e fico no ponto... espero! Agora é só perceber como vou aguentar tamanhos saltos um dia inteiro nos pés!
Beleza a quanto obrigas... E no próximo sábado será qualquer coisa deste género:
Cathy Guisewite (2001) in Beleza, a quanto obrigas!
Uma coisa é certa, se bem recordo casamentos anteriores, virei de lá, cheia de ideias novas para post's de maldizer! Muahahahaha
BTW... alguém sabe onde poderei encontrar um fino cinto vermelho?
De manhã escrevi sobre vernizes - sobre um verniz em particular - e dei-lhe o título de futilidades, porque é isso mesmo que é, é um comportamento fútil, porque umas unhas pintadas não adianta nem atrasa uma pessoa, não é verdade? No entanto, como também referi, é algo que realmente me deixa mais confiante e quando estou mais confiante, sou mais feliz.
Ora muito bem, vamos lá para a segunda futilidade do dia: A compra de modelitos e acessórios para um casamento que está aí à porta.
Para a próxima semana tenho um casamento de um grande amigo meu e fui hoje fazer as compras para o mesmo. Muitos hão de estar a pensar "É sempre na última da hora..." e apesar de estarem cobertos de razão, explico-vos que como estou em processo de emagrecimento, não queria estar a comprar muito tempo antes, sob pena de não me servir na altura. Estou perdoada? Muito obrigada. Saí assim do trabalho por volta das 15h e lá fui eu, toda pimpona passear pela baixa do Porto, para ver o que é que se arranjava para a minha pessoa. Como nas lojas de roupa normais - Zara, Blanco, ... - não encontrei nada que gostasse, lá fui eu para as Boutiques da Baixa.
Adianto-vos já que cheguei a casa com o vestido e com os sapatos mas que não foi, de todo tarefa fácil. "E então porquê?" não perguntam vocês. Mas eu respondo vos na mesma e organizadinho por tópicos para ser mais fácil.
Sobre mim:
1. Descobri que sou do tipo de cliente que até eu, odiaria atender: não gosto de nada, nada me serve e nada me fica bem. Conclusão: Entro, experimento e saio sem comprar nada.
2. Relembrei-me do quanto odeio provadores: São demasiado quentes e demasiado apertados. "Ah! Você está mesmo a suar!" disse uma vendedora. [Pensamento enquanto sorria: "A sério? Com este calor não seria suposto?"]
3. Contrariamente ao normal das mulheres, odeio ir às compras. Dizem que é terapêutico, mas na realidade eu vou feliz para as compras e chego a casa, após um dia de compras, imensamente deprimida. Se eu fosse rica, e passasse só o cartão sem pensar em mais nada, acho que também iria adorar, mas até lá, odeio.
4. Descobri que contrariamente ao que pensava, não sei lidar com a pressão criada por boas vendedoras e que basta dizer "É o último par que temos", que eu mesmo cheia de dúvidas compro. [Acabei de comprar uns sapatos caríssimos, com um salto gigante, ainda que bastante compensados na frente, só por ser o último par, e "por sorte" eram o meu número. Quando digo à vendedora que não sei se vou saber andar bem naqueles tamancos, diz-me confiante "Tem uma semana para treinar." Senti-me derrotada! Agora vou obrigar-me a levar aquilo no dia do casamento e lá vou eu parecer um pinguim a fugir do degelo... Toma lá Mula, que é para morderes a língua!]
5. Fui a três casamentos no ano passado, e contando com este, será o 4º casamento que vou de preto. Descobri por isso, que sou muito criativa e inovadora...
Sobre as vendedoras:
1. Há vendedoras que têm um mau gosto terrível. Mostraram-me modelitos que nem a minha mãe, com 50 anos, ficaria bem neles. Feios, com umas cores horríveis e com uns padrões ultrapassadíssimos. [Pensamento enquanto sorria: "Tenho menos de 30 anos, podes-me trazer qualquer coisa para a minha idade? Obrigada!"]
2. Numa das lojas que eu entrei a vendedora escondia uma antipatia e arrogância atrás de um sorriso amarelo que se topava a milhas que era falso e falava, demonstrando ainda mais a sua arrogância - pelo nariz. Quando digo que queria um vestido até um máximo de 60€ olhou para mim com um ar de "coitada". Se não fosse eu precisar mais delas, do que delas de mim, teria entrado e saído em menos de 5 segundos, apesar de tudo, experimentei uns 3 vestidos, não gostei e não levei. [Pensamento enquanto sorria: "Nem sabes o gozo que me deu não gostar de nada. Espero que ardas no inferno!"]
3. Não têm noção da realidade da população portuguesa. Nas várias lojas por onde passei, senti que as senhoras estariam habituadas a vestir apenas top models e não sabem ser minimamente agradáveis com tamanhos anormais como o meu. Uma disse-me "Não sei se tenho o que procura, é que o seu tamanho não ajuda..." [Pensamento enquanto sorria: "Puta, obrigada por me fazeres lembrar que estou acima do meu peso normal, mas deixa me lembrar te que não sou nenhum abominável monstro das neves, e há pessoas bem mais gordas que eu... eu já visto um 40 'tá?"].
4. São completamente sem noção. Apesar de achar que não tinha nada para mim, lá encontrou um vestido que apesar de eu dizer que não cabia lá dentro ela contra-argumentou e disse "Este serve-lhe de certeza". Só para que fique registado... não serviu, o vestido era realmente bonito, mas as mamas ficavam esborrachadas! [Pensamento enquanto sorria: "Obrigada por me teres feito sentir ainda pior, porque afinal sou mais gorda do que pensavas."]
5. Fingem que sim, mas não ouvem nada do que lhes dizemos. Uma vendedora mostrou-me uns 4 ou 5 vestidos de renda após eu ter dito odiar renda. [Pensamento enquanto sorria: "És parva, burra ou apenas surda?"]
6. Há realmente boas vendedoras. E encontrei uma que apesar de achar que não teria grande variedade dentro dos preços que eu pretendia, disse com um ar todo fofo que o meu tamanho não seria nenhum problema porque eu só tinha "um pouco de anca" mas que tinha "um corpo bonito, com curvas" [Pensamento enquanto sorria: "Hum! Estou a gostar, podes continuar."], no final, conseguiu-me arranjar uns 8 vestidos para eu provar, dos oito apenas não me serviu um, e gostei, essencialmente de dois: um preto e um vermelho. Optei pelo preto, a senhora ainda me fez um desconto e saí da loja com um ar feliz e vitorioso.
Descobri também que...
- ... As lojas "chiques" não se chamam lojas de roupa, mas sim boutiques, mas que é exatamente a mesma coisa mudando apenas os preços e o atendimento, que é mais reles.
- ... Apesar de dizerem que está na moda, não há nada de vermelhos à venda.
- ... Há pessoas que usam no dia-a-dia roupas que eu usaria nos casamentos.
- ... Contrariamente ao que eu pensava, odeio casamentos.
- ... Sou afinal, muito paciente e consegui não ser mal-educada com nenhuma vendedora, ainda que tentasse compartilhar da mesma arrogância.