O nosso terceiro e último dia - que o voo de regresso foi na manhã seguinte - foi passado no Lago Di Como a cerca de 50km de Milão.
Situado perto dos Alpes Suíços, na cidade de Como, o Lago Di Como é um lago de origem glacial de 146 km² com 410 m de profundidade, sendo o terceiro maior lago da Itália e um dos mais profundos da Europa. Pena que tenhamos apanhado algum nevoeiro e as fotos não tenham ficado como eu desejava mas... O melhor está na nossa memória!
(Vista do Lago Di Como a partir de Brunate)
Chegar ao lago é simples. O mais simples e rápido é apanhar o metro no centro da cidade até à estação ferroviária de Cadorna e aí apanhar o comboio directo para Como Nord Lago. Os bilhetes são baratos, não chegam a 5€ por pessoa. O ideal - e na próxima vez tencionamos fazer isso - é ficar a dormir em Como uma ou duas noites para conhecer as pequenas vilas que se encontram nas redondezas que me pareceram encantadoras.
(Lado Di Como)
Demos uma pequena volta à beira rio, almoçamos num restaurante muito simpático, com umas pastas deliciosas, perto do rio. Ravióli com espinafres para ele, carbonara para mim e para tentar acalmar a nossa temperatura corporal, uma cerveja italiana fresquinha. [Fiquei fã da cerveja italiana, tem menos gás que a nossa mas e talvez por isso seja muito mais fácil de beber, parece sumo.]
Depois de almoço, apanhamos o funicular para Brunate, uma pequena terra que fica a 716 m de altitude. O preço é de 5,5€ por pessoa em viagem de ida e volta e digo-vos que vale bem a pena, não só pelas vistas, mas pela pela própria Brunate que é muito bonita. Este funicular opera desde 1894 e é usado quer por turistas quer pelos habitantes locais, como acesso à terra.
(Funicular Como - Brunate)
Brunate tem uma vista incrível sobre o Lago e sobre a cidade. É um sítio realmente incrível.
Em Como, quem quiser fazer uma praia também é possível e também viagens de barco. Não tivemos oportunidade de realizar mas existem viagens de 30 minutos no Lago por apenas 5€ por pessoa. Soube realmente a pouco, precisávamos de mais alguns dias para aproveitarmos esta terra em condições.
Em Brunate estava ainda mais calor que em Como e que em Milão e aproveitamos uma sombra para escrever os postais de agradecimento ao nossos convidados de casamento. Depois fomos fazer reconhecimento de território e ver algumas das muitas coisas que Brunate tem para oferecer.
(Algumas das belezas de Brunate, para além das vistas)
(Mais Brunate e... Placa da estação de Lago Di Como)
Quando vi o Lago Di Como na internet não tinha ficado com grandes expectativas, parecia-me até um pouco deserto, mas pareceu-me bonito, agora que vim de lá, vim completamente encantada e de coração cheio e recomendo por isso a toda a gente a passar por lá que não se irão certamente arrepender.
No final do dia regressamos a Milão comemos a nossa última pasta milana, comemos o nosso último gelado, fomos ainda a uma festa da LGBT beber uma espécie de caipirinhas, regressamos ao hotel dormimos e preparámo-nos para apanhar o voo das 10h em Bergamo, ainda que nada preparados para dizer adeus a esta terra maravilhosa.
Chegar a Milão, confesso, foi um pouco traumático. Foi a primeira vez que chegamos a uma cidade desconhecida de noite - normalmente chegamos de manhã/início da tarde para percebermos o ambiente e compreender o funcionamento da cidade - e demos de caras com uma estação lindíssima, mas também muito mal frequentada. Centenas de pessoas de diferentes culturas a dormir em frente à estação, aliás, dormir acho que não é o termo correcto, talvez seja mais correcto dizer mesmo habitar, porque em volta da estação existiam cadeiras, roupa estendida... Todo um estandarte montado. A avenida que dava para o nosso hotel - como chegamos de noite optamos por ficar num hotel no centro da cidade - com imensos sem-abrigo a dormir escondidos nas arcadas dos prédios. Começamos a ficar com uma ideia um pouco errada de Milão, confesso.
No dia seguinte, rapidamente percebemos que as restantes ruas da cidade pareciam bastante mais seguras do que aquelas junto à estação e andamos à vontade sem qualquer receio.
Milão é simplesmente... Lindo!Do Mercado de Duomo à Catedral, dos transportes à comida, tudo é perfeito em Milão. Imagino-me a viver ali e custou-me muito abandonar a cidade.
(Estação Central de Milão)
Deslocarmo-nos em Milão é muito simples, compra-se um bilhete válido por 24h que custa 4,5€ e andamos à vontade de eléctrico, de metro e de autocarro. A rede de transportes - pelo menos no centro - é muito boa e muito frequente.
Não se pode dizer que os Italianos de Milão sejam simpáticos... Porque não são, para além de que praticamente não falam inglês, e quando percebem inglês respondem sempre em italiano e isso confesso, irritou-me bastante. Partilham com os genebrinos a falta de bom senso no trânsito, ainda que não buzinem, passam constantemente sinais vermelhos, ficam a estorvar não raras vezes na linha do eléctrico e agem com uma estranha naturalidade aquando das infrações. Tal como acontece por cá, as ruas estão cheias de muros com graffitis o que dá um aspecto wild à cidade.
(o nosso meio de transporte favorito)
No centro de Milão estivemos apenas um dia, sorte que a cidade é pequena e vimos quase tudo, mas espero voltar em breve - combinamos regressar daqui a um ano, para comemorar - porque existem muitas mais ruas por explorar, muito mais para ver, com calma.
(Catedral de Milão)
A Catedral de Milão, conhecida também por Duomo di Milanositua-se na praça central de Milão, na Piazza del Duomo. De estilo gótico, possui 157m de comprimento e 109m de largura. Iniciada a construção em 1386 é até aos dias de hoje um dos monumentos mais emblemáticos de Milão.
Ficar no centro da cidade a dormir foi uma óptima opção, porque poupamos nas viagens e pudemos ver Milão à noite sem nos preocuparmos com os transportes. E se Milão é belo durante o dia, é ainda mais belo quando o sol se põe e as luzes iluminam a fantástica arquitectura dos edifícios. Acho que as imagens falam por si.
(Foto esquerda - A Catedral ; Foto superior direita - Piazza del Duomo ; Foto inferior direita - Galeria Vittorio Emanuele II)
Ainda na Piazza del Duomoexiste a Galeria Vittorio Emanuele II do arquitecto Giuseppe Mengoni, inaugurada em 1877, sendo considerada uma das galerias comerciais mais antigas do mundo e um dos mais imponentes que alguma vez tive oportunidade de visitar. Actualmente é uma galeria comercial de luxo, com grandes nomes como Louis Vuitton, Prada, Versace e por daí em diante. Os restaurantes são igualmente luxuosos e inacessíveis a pessoas como nós.
(Galeria Vittorio Emanuele II)
Não tive oportunidade de ver o teatro Scala por dentro, sei que é possível visitar as salas sem assistir a um espectáculo, mas como tivemos tão pouco tempo na cidade optamos por não entrar em nada para vermos o máximo que podíamos. Férias de pobre é mesmo assim, vê-se tudo por fora.
(Teatro Scala)
Algo que achei impressionante em Milão foi o edifício vencedor do International Highrise Award, em 2014, o Bosco Verticale, situado perto da estação ferroviária de Porta Garibaldi. Composto por duas torres, uma de 80 e outra de 112 metros, este jardim vertical é um condomínio residencial composto por cerca de 900 árvores, 5000 arbustos e 11000 plantas mais pequenas. Este é um projeto inovador e autosustentável uma vez que existe uma central computadorizada que se encarrega da rega de todo o jardim, pelo que não existe qualquer encargo ou preocupação por parte dos moradores.
(Bosco Verticale)
Comer em Milão... Como vos dizer... Ora bem... É tudo delicioso, ou não tivesse eu uma costela italiana vinda sei lá de onde. Sou fã de pastas e pizzas e por isso qualquer coisa que pedisse - mesmo quando desconhecia o que estava a pedir - gostava e estava sempre tudo bom.
Quanto aos preços... Não é das cidades mais baratas para comer e dormir, mas tendo em conta Genebra, também não é das mais caras. Comemos sempre por uma média de 15€ por pessoa e dormimos por 75€ a noite - não esquecendo que dormimos mesmo no centro da cidade. A cerveja lá é relativamente cara, as cervejas de 40 cl custavam entre os 4 e os 5€, e os refrigerantes cerca de 3€ - na restauração, que nos supermercados os preços são muito semelhantes aos nossos. Os preços dos gelados italianos são bastante acessíveis e não achei os preços muito diferentes aos nossos, tendo em conta que são artesanais - 3€ um cone com duas bolas - e garanto-vos, eu que sou altamente apaixonada por gelados, nunca comi gelados tão bons na minha vida, só de me lembrar até me babo!
(O nosso primeiro delicioso almoço. Fiquei fã daquela espécie de pão que é pizza, mas que não é pizza, é pão.)
(Outros deliciosos petiscos. Antes que perguntem, aquela coisa esquisita em cima do lado direito é gnocchi com queijo... muuuito queijo!)
Relativamente às ruas da moda... Dei uma espreitadela mas como vi preços assustadores - vi uma pequena cadeira Dolce&Gabana de plástico por 1500€ - assustei-me e pirei-me tão rápido quanto consegui, mas digo-vos... As montras são incríveis e as mais originais que alguma vez vi.
Espero que tenham ficado com vontade de ir a Milão! Mais logo, temos o terceiro e último dia da verdadeira lua-de-mel, que foi em Milão mas fora do centro. Fomos para Lago Di Como e adianto-vos já que é o verdadeiro paraíso!