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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Tem dias...

 

Tem dias que esvaziamos a alma e escrevemos mais do que devíamos ou queríamos. Porque estamos magoados, chateados, despeitados. 

 

Tem dias que escrevemos com o coração e não com os dedos. Com a raiva e não com a mente. Com a impulsividade em vez da racionalidade. Tem dias que escrevemos porque precisamos, para nos aliviarmos, para ficarmos um pouco menos enfermos. Porque há palavras que moem de uma maneira cá dentro, que nos ferem aos poucos, até que nos matam. Eu escrevo para não morrer. Porque definhar a alma é morrer. Escrevo para me manter lúcida. Para me manter estável, para me manter sã. Porque como me disse a Nala ontem "A sensação de injustiça é como uma faca quente que nos espetam no estômago." E nada mais me dói que a injustiça, não me importo que me imputem responsabilidades do que fiz, mas nunca das que não tenho qualquer autoria.

 

Mas também há palavras que lidas e repetidas se tornam ainda maiores, e mais ferozes e mais devastadoras e por isso o texto de ontem regressou ao baú. Não é a primeira vez que retiro uma publicação por achar que já não vale a pena, que magoa mais do que faz bem, e certamente não será a última. Males de quem escreve com o orgulho e com o coração em vez da honra e racionalidade.

 

Não que o texto anterior tenha algo de mal, que não tem. Algo de mentira, que não tem. Algo de absurdo, que não tem. Mas limpou-me demasiado a alma e eu preciso de recuperar um pouco dessa alma, lê-lo e relê-lo não me faz bem.

 

Só para aqueles que não tiveram oportunidade de ler, falava-vos sobre mim, sobre o divórcio, sobre dor, e sobre uma maluca que decidiu perseguir-me até ao expoente da loucura e insultar-me aqui no blog, para de alguma maneira me tentar destabilizar e me tirar a calma. Alguém do lado dele, alguém que acha que eu sou algo de muito mau, muito podre e que mereço ser infeliz até ao final dos meus dias. Mas já não importa. A minha alma está limpa. E como muitos me disseram está na hora de seguir em frente e deixar de ter um passado que me atormente. E a verdade é que quanto menos pensamos nas coisas, mais pequenas as coisas se tornam e deixam de ser importantes.

 

A todos os que me apoiaram e deixaram as palavras de apreço, peço desculpa não vos responder individualmente, não vos ignorei, li e assimilei cada palavra, cada comentário, e todos estão guardados junto da publicação privada, ela aqui continuará, apenas não estará visível, nem para vocês nem para mim.

 

Estou bem... É mais caco menos caco, e por isso relembro aqui um dos meus posts favoritos: O Colecionador de Cacos, se fosse hoje não o teria escrito de forma diferente e já la vão 3 anos e meio...

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.