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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: As cinquenta sombras mais negras.

Vi o primeiro filme e gostei muito por isso não poderia deixar de ir ver este. Não li os livros - não são o meu género de literatura - mas gostei dos filmes, acho-os uma versão moderna de conto de fadas onde entra uma questão muito importante que nunca é abordada: o sexo. Choquem-se, finjam-se surpreendidos mas a verdade é que o sexo importa numa relação, seja com chibatadas ou sem elas. Cabe ao casal e só a ele decidir o que entra e o que os satisfaz desde que seja de comum acordo. Não me venham com a história que é a promover a violência doméstica, porque isso não faz sentido. As práticas de sadomasoquismo, quando consensuais entre os parceiros, estão longe de serem violência, é apenas preferências sexuais: há quem se excite a ver o outro sofrer, há quem se excite com a dor. Há quem se auto-sufoque aquando a masturbação para potenciar o prazer. Não é violência doméstica, acreditem, não é. Violência doméstica é muito mais do que umas palmadinhas durante o sexo e umas amarras, violência doméstica é todo um desrespeito pelo outro, que começa na cozinha, permanece às refeições e que se eleva a todos os níveis.

 

Ora vamos lá falar d'As Cinquenta Sombras Mais Negras.

 

 

Continuo a achar este filme bastante soft, continuo a olhar para o filme - porque lá está, não li nenhum livro - como uma história de amor entre um amante de algo mais pesado e uma miúda que se deslumbrou com tudo o que Grey lhe pode dar, do sexo ao luxo, já que amor, sinceramente, amor ele dá-lhe pouco.

 

Há uma coisa que me continua a irritar neste filme, que é ela. Continuo a achar que a Dakota Johnson não é a atriz ideal para o papel da mesma forma que não consigo achar a Kristen Stewart adequada para a Bella do Crepúsculo, exatamente pela mesma razão: falta-me sal, pimenta, e algumas ervas aromáticas. A miúda, certo, entendo que a personagem é envergonhada, mas ela quase não se ouve a falar, parece que está sempre a sussurrar, e se quando se enerva ela consegue ter mais alguma emoção, a verdade é que o tempo todo tem uma ausência de emoção, de sentimentos que me intriga, no entanto, é apenas uma personagem e não é por morrer uma andorinha que se acaba a primavera.

 

Quem viu o primeiro sabe que Anastasia e Christian terminaram a sua relação por este ter ido longe de mais nas suas preferências sexuais, existindo desrespeito pela Anastasia que o abandonou. Neste filme, Christian percebe que foi longe de mais, e pretende reconquistá-la, estando disposto a quebrar todas as suas regras, todos os seus acordos e ter uma relação dita "normal" com a Anastasia. No início a própria estranha, mas decide dar-lhe uma oportunidade, mas outras personagens - desde a amiga da mãe que abusou de Christian em miúdo, a uma rapariga que foi sua submissa e que é obcecada por Christian - prometem não dar descanso à relação. Será que a relação entre ambos, tão diferentes, poderá sobreviver?

 

Gostei bastante do filme, se da primeira ver fui totalmente às cegas, desta vez fui com expectativas a saber o que iria ver e o que não iria ver. Estranhei, algumas pessoas saíram do filme a meio, outras saíram no intervalo e não regressaram, o que demonstra diferentes relações que as pessoas têm com este filme. Algumas estariam à espera de ver um filme pornográfico? Pois não sei... Esperavam algo puramente romântico? Realmente não sei. Como já vos disse, para mim este filme é apenas uma história de amor entre Christian e Anastasia com algumas cenas ousadas pelo meio, mas está longe de ser um filme pornográfico e até mesmo erótico. Temos de ter noção que - ainda para mim que adoro psicologia - este filme é muito interessante do ponto de vista da psicologia. Christian foi abusado em pequeno por uma amiga da mãe adotiva, tudo aquilo que ele é deve às experiências boas e más - mais as más, efetivamente - passadas. Christian viu a mãe morrer com uma overdose e depois foi adotado por uma família de posses que o permitiu crescer e perceber o que não queria ser no mundo, por isso não podemos ver a história como apenas um maluquinho que gosta de bater em mulheres porque efetivamente vai muito além disso. Uma vez que neste filme Christian está a tentar redimir-se com Anastasia, verão ainda um outro lado mais meigo e não tão mordaz, pelo que efetivamente gostei bastante do filme e para o ano lá estou novamente no cinema a ver As cinquenta sombras livre.

 

E daqui, quem já viu? Quem não viu nem tenciona ver?

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.