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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: 100 Metros

Acho que nunca vos disse, mas sou fã das produções espanholas. De séries a filmes, passando pela música, uma costela de mim é de los nuestros hermanos. Um dos meus filmes favoritos de sempre é inclusive espanhol: Tres metros sobre el cielo, alguém já viu? Se não vieram, vejam, é um filme simplesmente encantador, uma versão moderna de Romeu e Julieta que me apaixonou desde o primeiro minuto. Assim, quando vi que ia estrear o 100 Metros, com a Alexandra Jiménez que eu já seguia da série La Pecera de Eva fiquei curiosa. Quando vi que era sobre uma história verídica, ainda mais curiosa fiquei. Este fim-de-semana ia ver, finalmente, a Bela e o Monstro, e acabei a desviar-me pelos 100 Metros e só vos digo uma coisa: Que história incrível!

 

 

 

100 Metros conta a história verídica de Ramón a quem aos 35 anos é detetado Esclerose Múltipla que o impede de realizar as mais banais tarefas, como pegar numa caneca para beber sozinho, apertar atacadores, e até mesmo andar. Ramón deixa-se ir muito a baixo com a doença e entra num estado depressivo, até que um dos colegas de tratamento lhe diz que dentro de alguns meses não conseguirá andar nem 100 metros. Eis que estas palavras despertam em Ramón um desejo enorme de fazer exercício e começa a treinar com o seu sogro até que decide inscrever-se num triatlo e mostrar a todos, acima de tudo a si mesmo, que é capaz e que pode lutar contra a doença apesar de ser a doença que luta contra ele.

 

Tinha zero conhecimento acerca da esclerose múltipla e confesso este filme deixou-me assustada com a rapidez com que esta avança e corrói por dentro.

 

A esclerose múltipla, para quem não sabe, é uma doença crónica e degenerativa que afeta o sistema nervoso central, cuja causa ainda é desconhecida. No filme a doença é descrita de modo simples para que qualquer pessoa possa compreender. A médica explica a Ramón que os nossos nervos são como cabos elétricos protegidos por fita isoladora, que com a doença começa a perder o isolamento deixando os nervos expostos originando crises. A longo prazo as pessoas podem deixar de andar, deixar de sentir, bem como ficarem cegas e surdas. É uma doença muito violenta quer para o paciente quer para os familiares e amigos.

 

Apesar do diagnóstico pesado, este filme mostra o outro lado da doença, o lado da luta, e com humor - dentro do que é possível ser humor - as personagens vão descobrindo forças dentro de si que outrora desconheciam. 

 

O filme é de opostos constantes, é bipolar, ora nos põe a rir como no momento a seguir nos leva às lágrimas e é um filme que prende desde o primeiro momento até ao último. Apesar de ser um drama é um filme com um ritmo muito bom, muito completo e enternecedor. É impossível não sentirmos empatia pelas suas personagens e raiva por outras. Foi um filme que me abalou, saber que esta doença tem um quê de aleatório revoltou-me e assustou-me confesso, por isso talvez não seja recomendado aos corações mais sensíveis, mas adorei o filme.

 

É sem dúvida um filme lindíssimo que vale bem a pena ver e sentir. Recomendo.

 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.