Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Baby Driver
Três meses separaram a minha última ida ao cinema e esta. Três meses é muito tempo para estar afastada de uma sala de cinema, de um balde de pipocas e de m&ms e pipocas. Queria tanto ver o Baby Driver, desde que estreou que o tinha catrapiscado, mas ainda não tinha tido oportunidade, e apesar de achar que já não iria a tempo a verdade é que encontrei uma sessão mesmo à minha medida e no fim-de-semana passado lá fomos nós.
Curiosamente nunca fui muito apreciadora de filmes policiais mas sou desde miúda fã de filmes de carros e perseguições: Velocidade Furiosa, Corrida Mortal, Transporter, tudo e mais alguma coisa desde que tenha moços giros, carros furiosos e um enredo emocionante. E por isso não poderia deixar de ver este filme, em casa ou no cinema eu tinha mesmo de ver.
Baby Driver conta a história de Baby, um jovem condutor que num acaso de má sorte se cruza com Doc - um poderoso homem do crime que organiza assaltos - e que passa a trabalhar para ele para pagar uma dívida. Baby apesar de adorar conduzir e ser um dos melhores não gosta de se ver envolvido no mundo do crime e tudo faz para pagar a dívida e ser um trabalhador normal. Mas tudo muda, Baby apaixona-se por Deborah e Doc vê na rapariga uma oportunidade de manter Baby a seu lado, pois vendo a rapariga ser ameaçada concorda continuar a trabalhar para Doc.
Este é um filme emocionante do início ao fim com uma banda sonora espetacularmente boa, diferente do habitual. Baby é peculiar e isso faz com que o filme tenha algum mistério, algum charme, pois Baby anda sempre com phones e está sempre a ouvir música, como se toda a vida dele dependesse da banda sonora que ouvisse. Baby tem esta particularidade porque tem um problema nos ouvidos, devido a um acidente em miúdo e desde então ouve um zumbido, encontrou na música uma forma de escapar a esse som ensurdecedor.
Baby Driver é um filme carregado de clichés, a começar por Kevin Spacey e Jamie Foxx no papel de mauzões da trama. O típico papel da jovem que não tem nada que a prenda que se apaixona por um jovem misterioso que tenta mudar a vida pela rapariga é também o principal da história, mas todo o filme prende do início ao fim apesar disso. É um filme carregado de movimento, ação e boa música.
É um filme que fala de escolhas, da importância que as pessoas têm na nossa vida, do que estamos dispostos a abdicar e pelo que estamos dispostos a lutar. É um filme que fala sobre novas oportunidades, sobre pessoas que não são más que apenas estiveram no dia errado e no local errado. Fala de como as nossas atitudes podem ser fundamentais para a nossa salvação apesar de os nossos atos não serem os mais corretos, e que más ações não implica que sejamos más pessoas, apenas implica que fizemos más escolhas.
Gostei imenso do filme e sem dúvida recomendo. E depois de tantos filmes deprimentes este ano - e por deprimentes entendamos dramáticos - já fazia falta um filme assim.
Alguém já viu?